Inteligências múltiplas



  O que é inteligência? Como os diversos tipos de inteligência podem contribuir para o desenvolvimento das organizações? Nas palestras e treinamentos que mi­nistro - particularmente naquelas sobre Liderança e Motivação - estas indagações surgem com bastante frequência. Existe uma parábola que considero muito útil para ilustrar e desenvolver algumas destas questões. A parábola é a seguinte:

 - Dois jovens estudantes estão caminhando por uma floresta. De repente, sem qualquer aviso, surge diante deles um faminto leão-da-montanha. Um deles, que é formado por uma ótima universidade e está cursando um MBA, rapidamente calcula que o leão os alcançará em precisos 30 segundos. Ele se vira para o seu companheiro de viagem e diz: "Não adianta fugirmos: nunca conseguiremos correr mais rápido que o leão!". O outro estudante - que sequer concluiu o segundo grau - diz, antes de sair em disparada: "Eu não tenho que correr mais rápido que o leão: eu só tenho que conseguir correr mais rápido que você!".

Ambos os jovens retratados na parábola foram inteligentes: cada qual ª sua maneira. O primeiro deles foi "inteligente", se entendermos inteligência como sendo a capacidade de analisar, calcular e projetar. O segundo estudante, no entartto, foi também "inteligente" - se entendermos inteligência como aquilo que nos permite adaptarmos à realidade a nossa volta. Quando eu pergunto em minhas palestras etreinamentos qual dos dois tipos de inteligência as pessoas prefeririam ter, a maio­fia geralmente opta pelo segundo tipo, mas a verdade é que precisamosdeambas. Um dado que muitas vezes passa despercebido é que o segundo estudante só torna adecisão de sair correndo depois que o primeiro confirma que oleão-da-montanha é mais rápido que um ser humano. Se chamarmos a inteligência do primeiro estu­dante de inteligência "teórica" e a segunda, de inteligência "prática",  podemos mais ou menos repetir aspalavras de um ditado chinês que diz que se "teoria sem prática é inútil, prática sem teoria é perigosa"...Ora,"teoria sem prática é inútil"por que não gera ação - o primeiro estudante ficaria, parado esperando que o leão o devorasse - é "prática sem teoria é perigosa" - porque não tem nenhum controle: é puro impul­so que pode levar ou não ao resultado desejado, dependendo das circunstâncias.

Eu gosto muito de imaginar finais diferentes para esta parábola - talvez eu seja um romântico incurável. Poderia acontecer que, quem sabe, do segundo estudante se recusar a abandonar seu companheiro à sorte, talvez por acreditar ser esta atitude moralmente errada. Ele poderia, por exemplo, pensar consigo mesmo: "Se eu fugir agora me salvo, mas terei de viver o resto da vida com a certeza de que sou um covarde"...Se isto de fato acontecesse, o segundo estudante estaria também sendo inteligente, mas de uma forma que apenas agora o mundo mundo empresarial está co­meçando a descobrir. Refiro-me ao conceito de inteligência espiritual, que caminha lado a lado de temas como ética nas organizações, responsabilidade social das ern­presas e, é clarol liderança e Gestão de Pessoas.

Imaginemos, ainda, que o segundo rapaz realmente se decidisse a não abandonar o companheiro. Ele poderia, então, propor que ambos enfrentassem o leão - e o enfrentassem juntos, como uma equipe. Se o segundo rapaz conseguisse vencer o seu medo, ganhar autocontrole e motivar o seu companheiro a fazer frente à ameaça comum ele estaria, novamente, sendo "inteligente", mas de uma outra forma de in­teligência que permite lidar com as suas próprias emoções e com as dos outros de  maneira eficaz. Refiro-me, é claro, à chamada inteligência emocional.

Observemos que nenhum dos quatro tipos de inteligência listados até agora seria, isoladamente, suficiente para se garantir um desfecho favorável a esta história.
A analogia para o que geralmente acontece no ambiente das empresas é aqui bas­tante evidente: a vitória contra o "leão" - que pode ser encarado como uma meta  a ser conquistada, como a falta de motivação ou desânimo da equipe, como uma figuração da concorrência etc. - só ocorre se todas as diferentes inteligências realmente trabalharem de forma combinada e harmônica. Conseguir e manter este estado de excelência organizacional é, talvez, o grande desafio das organizações do século XXI.

[Alvarenga, 2006]

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