Busca pela perfeição: Perfeccionismo



Algumas pessoas buscam ter uma casa igual às de novela, um amor de cinema, um emprego dos sonhos e um corpo invejável. Essas pessoas somente conseguem perceber a beleza da vida em outras pessoas.
O namorado da vizinha é o homem mais romântico, o jardim da casa de uma amiga é o mais florido, o trabalho da irmã é mais reconhecido, enfim, tais pessoas se colocam em comparação às outras o tempo todo fazendo com que sua vida se torne uma busca constante pelos méritos alheios.

Naturalmente, o ser humano busca sua evolução por meio de novos conhecimentos e melhoramentos, porém, existem pessoas que buscam coisas utópicas, ou seja, coisas que podem ser inatingíveis. Especialistas no assunto dizem que o perfeccionismo é uma síndrome depressiva que ocorre por meio de frustrações e fracassos que se tornam prioridades para um determinado indivíduo, fazendo com que esse esteja sempre focalizando a mesma coisa.

O perfeccionismo pode ser identificado de forma introspectiva, ou seja, o indivíduo tem baixa auto-estima e pouca confiança; e de forma extropectiva, ou seja, possui auto-estima, mas não confia em outras pessoas para trabalhos em equipe. A busca pela perfeição como se percebe é algo que atinge até as pessoas próximas, pois o perfeccionista também não consegue admitir erros em terceiros.

A origem dessa síndrome pode ser o medo de errar, medo de desaprovação, pensamento negativo definitivo, a percepção das qualidades de outros e dos seus próprios defeitos. O perfeccionismo pode ser trabalhado para que não mais domine o indivíduo. As dicas para controlar esse problema são: estabelecimento de objetivos atingíveis, avaliação do trabalho em prol do objetivo, a comparação entre erros e acertos (mas não de forma rígida), priorizar as principais tarefas e ter tranqüilidade para alcançar cada etapa do objetivo.

DEFINIÇÃO:

Por pefeccionismo compreende-se, em linhas gerais, uma perspectiva moral que busca responder à indagação acerca do que seja uma boa vida, reconhecendo, como ponto de partida, que pelo menos algumas atividades, capacidades ou for­mas de relação humanas possuem um valor não instrumental por razões que in­dependem dos estados mentais atuais ou potenciais do agente (Sher, 1997). Ao contrário dos subjetivistas que reconhecem o indivíduo como fonte última de va­lor, ou seja, que acreditam que algo seja valorado apenas porque os indivíduos o elegem, perfeccionistas irão defender que os indivíduos elegem certas coisas porque as reconhecem como independentemente valoradas, ou seja, como pos­suindo um valor não-instrumental. Perfeccionistas alocam, portanto, a fonte de certos valores fora da subjetividade, o que em outras palavras significa, sustentar a objetividade dos mesmos. A fonte de tais valores será então buscada em certos fatos sobre a sociedade ou em certas capacidades fundamentais inerentes a todos os seres humanos.

PERFECCIONISMO E COMUNITARISMO:

Perfecciomismo e comunitarismo são perspectivas morais voltadas para uma con­cepção de bem ou de boa vida. A peculiaridade da perspectiva comunitarista con­siste em sustentar a tese de que a identidade de um indivíduo e, por conseguinte, sua própria concepção de bem, está determinada pela cultura da sociedade a qual pertence. Neste sentido, a concepção do que seja a boa vida não dependeria do que o sujeito deseja, escolhe ou compreende, mas da cultura e das tradições a par­tir das quais seus desejos, escolhas e compressões são moldados. A comunidade cultural, e não o indivíduo, deveria ser então reconhecida como a unidade mínima da moral.

 Se os perfeccionistas estiverem certos em recusar a tese comunitarista e, por conseguinte, em recusar que nossa indagação acerca do que devemos compreender como uma boa vida, possa ser reduzida a uma mera investigação dos valores na nossa cultura, então terão que se confrontar com um outro modelo de investigação, a saber: a perspectiva subjetivista.

PERFECCIONISMO E SUBJETIVISMO:

Pefeccionistas acolhem a premissa subjetivista segundo a qual os elementos re­levantes para o reconhecimento do que seja uma boa vida estão relacionados ao sujeito, ou seja, à estrutura psicológica daquele que desempenha o papel de agente. A aceitação de tal premissa não os compromete, contudo, com os demais ônus de uma perspectiva subjetivista. Para sustentar tal afirmação, vejamos agora quais são os principais atrativos do subjetivismo e como a perspectiva perfeccionista pretende fazer jus aos mesmos.

O principal atrativo da perspectiva subjetivista parece consistir em (i) estabe­lecer uma relação direta entre valor e motivação e em (ii) fornecer uma explicação do como as coisas se tomam valoradas. De acordo com essa perspectiva podemos dizer que algo é valorado se: (1) promove ou satisfaz os desejos do indivíduo; (2) se promove ou satisfaz os desejos do indivíduo bem informado; (3) se promove ou satisfaz os desejos de outras pessoas bem informadas. Em qualquer das três interpretações, nossos desejos ou escolhas conferem valor aos objetos.

Aceita a relação entre valor e motivação, vejamos agora quais seriam as lacu­nas da explicação subjetivista. A primeira consiste em não ser capaz de determinar precisamente de que forma o estado motivado se relaciona à motivação. Podería­mos sempre supor que a verdadeira fonte de motivação de um estado não seja aquela apontada na explicação. Na tentativa de fornecer uma comprovação empí­rica de tal relação, os subjetivistas são obrigados a considerar apenas motivações ou desejos atuais ou presentes. Com isso, sua explicação se toma incapaz de escla­recer escolhas passadas e de lançar algum esclarecimento sobre escolhas futuras. A conseqüência é uma explicação incapaz de dar conta da noção de sujeito, como aquele capaz de eleger algo para sua identidade qualitativa como resposta a sua própria história pessoal. Mas ainda que pudéssemos trabalhar com um conceito de sujeito tão simplificado como o que se adequa ao modelo proposto, ou seja, como o de mero portador de estados motivados presentes, teríamos que abdicar da pretensão de passar da explicação da motivação em um indivíduo determinado para a explicação da motivação dos demais indivíduos.

Para preencher tais lacunas explicativas, toma-se necessário introduzir a no­ção de um desejo impessoal, capaz de superar (i) a barreira das motivações atuais - permitindo lidar com uma visão bem mais complexa da psicologia humana ou da formação da identidade individual- e (ii) os limites do próprio indivíduo - per­mitindo estender a explicação aos demais indivíduos. Este passo é assumido pela perspectiva perfeccionista, o que faz com que muitas vezes recaia sobre a mesma o rótulo de metafísica. Perfeccionistas deverão então arcar com o ônus de mos­trar que é possível justificar a aceitação de um desejo impessoal, universal, sem recurso a pressupostos metafísicos.

Ao postular um desejo impessoal, o perfeccionismo propõe um esclarecimento (i) da relação entre valor e motivação e (ii) do modo como as coisas se tomam va­loradas. O desejo impessoal promove valor e as coisas valoradas são em si mes­mas origem da motivação. Com isso, o perfeccionismo irá fundamentar o valor de certas atividades e excelências em certos "desejos", fins ou metas comuns à espé­cie humana. Em um segundo nível, no entanto, a impossibilidade de comprovar uma relação interna entre as coisas boas e o impulso para perseguí-las fará com que a relação entre ambos seja assumida como contingente.

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4 comentários :

Anônimo disse... [Responder comentário]

Olá !!!

Muito bom o artigo !!!
O perfeccionismo com certeza é danoso em nossas vidas, pois por mais que nos esforcemos e façamos tudo maravilhosamente, a perfeição é inatingível, e isso gerará frustrações.
O equílibrio mental é fundamental para que tenhamos uma vida saudável.
Achie muito interessante a parte que esclarece sobre o perfeccionismo extropectivo, acredito que seja também muito comum.
Ótimo !!

Grande abraço !

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juninho disse... [Responder comentário]

otimo artigo.....é complicado sempre estamos buscando a perfeição.....mas sempre é dificil alcança-la.....

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Elizeu Timóteo Pereira disse... [Responder comentário]

Olá Juninho, bom dia!

Tem razão amigo! Para fazer algo bem feito demanda tempo, e se ficarmos sempre querendo algo perfeitamente correto, ficaremos neuróticos!

Abraço.

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