O estresse é uma alteração que ocorre em nosso organismo na tentativa de adaptar-se a uma situação nova ou às mudanças de uma maneira geral. É uma reação do organismo a qualquer situação interpretada como ameaçadora preparando-nos para lutar ou fugir, uma resposta do corpo para nos colocar em movimento para enfrentarmos ou proteger-nos de qualquer ameaça.
Essas respostas nos preparavam, primitivamente, para lidar com situações em que a luta corporal ou a fuga eram realmente necessárias, como para o homem das cavernas. Atualmente as lutas que travamos são menos físicas, mesmo assim corpo e mente põem em marcha as mesmas reações.
Sob estresse nosso corpo sofre e em alguma parte dele isto se manifestará. Por exemplo, é freqüente a tensão muscular (especialmente nos ombros e pescoço) que podemos sentir durante uma apresentação em público. É, na verdade, uma preparação da postura de guarda que usaríamos em uma luta, mesmo não sendo essa uma situação em que efetivamente lutaríamos.
Existem várias causas que podem desencadear essas lutas, ou seja, gerar estresse. As mais comuns são as pressões de ordem profissional e familiar. Atualmente - e cada vez mais -, vivemos num mundo onde a competitividade no trabalho, ou mesmo em casa, é muito presente. Como se não bastasse a existência de uma alta expectativa de que o êxito profissional seja obtido, há também a exigência de padrões estéticos e de beleza. Além disso, somos pressionados a ter uma incrível velocidade para pensar e responder. Há ainda outros importantes fatores - sobretudo nas grandes cidades - que somados aos já citados aumentam muito o grau de estresse: congestionamento de trânsito, poluição visual e sonora. Se vivenciarmos uma situação estressante, mas conseguirmos em seguida nos reequilibrar, tudo bem. Mas quando há um modo de vida inadequado, que gera a repetição desse estado de tensão, aparece então o estresse ruim, o que nos faz mal.
Quando enfrentamos uma série de situações geradoras de ansiedade como longas jornadas de trabalho, por exemplo, nosso corpo pode acabar entrando em "um estado de alerta" excessivo. E esse esquema de defesa montado por nosso organismo pode fazer com que acontecimentos pequenos e corriqueiros pareçam grandes e complicados. Tentamos estar em guarda e preparados para tudo. Nos irritamos facilmente, supervalorizamos pequenos acontecimentos ou passamos a nos isolar de uma maneira depressiva. Ou seja, nos voltamos para dentro para silenciar a realidade externa ou tentamos afastá-la demonstrando nossa raiva.
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