Por que sentimos medo, e qual é o nosso maior medo?



Quando comecei minha formação como instrutor de treinamentos, há quase 20 anos, acreditava que a morte era o maior temor do ser humano. Talvez a dúvida quanto ao que vem além da vida e o senso natural de auto-proteção me levaram a crer nesse pânico natural da humanidade.

Ocorre que ao estudar com os maiores especialistas da área, fiquei surpreso e descobri que estatisticamente, a morte não é o maior medo do ser humano. Ao contrário, fica em terceiro lugar na maioria dos estudos já realizados pelo mundo afora.

Curiosamente o maior medo, para a maioria das pessoas, é o de falar em público. Desde os anos 1970 várias enquetes tem sido feitas nesse sentido, com os resultados praticamente os mesmos, com oscilações mínimas, dependendo do país ou da região onde é feito o estudo.

Aqui no Brasil, a enquete mais recente foi realizada no final do ano passado pelo programa Globo Repórter, da TV Globo. Após a exibição de reportagens sobre medo, foi lançada uma enquete aos telespectadores com a seguinte pergunta: “Do que você tem mais medo?” 15,30% dos telespectadores responderam ser falar em público; 13,27% doenças; 12,27% morte; 10,07% águas profundas; 8,27% solidão; 6,77% altura; 6,72% desemprego; 6,09% dívidas; 4,12% sair à noite na rua; 3,30% elevadores e lugares fechados; 3,26 % injeção; 2,68% dirigir; 2,67% avião; 2,21% insetos; 2,18% escuro; e 0,93% cachorro.

Essa constatação nos leva a uma questão pouco discutida: por que a maioria das pessoas tem medo de falar em público? A seguir apresento a resposta, ao meu ver, mais próxima da realidade.

Trata-se de uma sensação fisiológica, perfeitamente normal, que herdamos dos nossos ancestrais. É um mecanismo de defesa que existe para nos proteger de algo que nos poderá fazer mal. Nos primórdios da história da humanidade, quando o homem se defrontava com situação de perigo, fugia temendo que algo ruim pudesse acontecer ou enfrentava o perigo com todas as suas forças.

Com o passar do tempo e a evolução fisiológica do corpo humano, esse mecanismo natural de defesa sofreu um processo de aperfeiçoamento, e o organismo se adaptou a fuga ou enfrentamento mais eficientemente.

Ao sentir medo de um animal perigoso, por exemplo, o organismo humano passou a liberar a adrenalina, um hormônio produzido pelas glândulas supra-renais que, introduzido na corrente sanguínea, aumenta a pressão arterial. Esse processo fez com que os músculos se preparem para a fuga, em condições de se movimentar mais rapidamente, enquanto a adrenalina era metabolizada.

Atualmente, quando sentimos o medo de falar em público, não fugimos, mas a adrenalina é liberada da mesma forma e não é metabolizada com a mesma eficiência com que seria se os músculos estivessem em movimento rapidamente. Por esse motivo, o excesso de energia provocado pela adrenalina, enseja em um descontrole generalizado no organismo, aparecendo alguns sintomas desagradáveis, como por exemplo, um frio no estômago, uma tremedeira nas pernas, as mãos ficam frias ou começam a suar, a boca fica seca ou com muita saliva, o controle do que vai ser falado é totalmente perdido, um suor intenso por algumas partes do corpo etc.

São tantos os sintomas relatados que poderíamos até escrever um livro. Os problemas não são os sintomas, mas como não tê-los. Como qualquer problema, não se deve acabar apenas com os sintomas; as causas é que devem ser combatidas.

No caso específico do medo de falar em público são três causas: programação mental negativa, não conhecer o assunto e não ter prática em público.

Com relação à primeira causa, basta acreditar mais em seu potencial, focar sempre nas coisas boas que você faz. Quanto a não conhecer o assunto, teoricamente é simples, jamais se arrisque a falar em público o que você não conhece profundamente. Já não ter prática em público é mais simples ainda, comece a falar. Mesmo que você sofra muito nas primeiras vezes, se ofereça sempre que houver oportunidade e fale, pois não há como se ficar bom em algo sem praticar. A repetição é que leva a perfeição.

Como sei que falar é fácil, mas fazer, para a maioria é mais difícil, quero que você reflita um pouco sobre esse assunto. Se você fosse convidado agora, de surpresa, para falar para um auditório lotado, com mais de 500 pessoas, você falaria? Pense nisso.

Autor: [Mauro Alessi]

Tags: medo, qual é o maior medo, por que temos medo, nosso maior medo, falar em público, oratória, morte.

Mais comportamentos 








Gostou do artigo? Compartilhe nas redes sociais!


Encontrou o que procurava? O blog lhe foi útil? Então, curta o Yesachei no Facebook!

2 comentários :

Samanta disse... [Responder comentário]

Olá , como vai ?

Adorei o texto ! Fique surpresa em saber que o medo de falar em público é maior do que o da morte, realmente é uma estatística muito interessante !
Acredito que além dos motivos citados nesta belíssima explicação, temos também muito receio da maneira como seremos julgados, se seremos aceitos, algo ligado à nossa necessidade de aceitação e auto estima :)
Já precisei falar em público e realmente não é nada fácil, mas as dicas oferecidas no texto funcionam com certeza, principalmente a de nos informarmos bastante sobre o assunto, assim adquirimos mais confiança para nos expressarmos. No começo eu focava em uma pessoa (apesar de estar tão apavorada que nem a enxergava rsrss) e depois de alguns segundos falando, o corpo vai se acalmando e as coisas fluem melhor :)
Ótimos esclarecimentos e orientações para todos nós ! Adorei ;)

Grande abraço e um ótimo fim de semana :D

Elizeu Timóteo Pereira disse... [Responder comentário]

Olá! Eu estou bem! E você?

Muito bom que tenha gostado do texto! Eu também fiquei surpreendido com essa notícia! rsrsrs...Concordo com você Sam! O julgamento é uma coisa que nos atormenta! Temos mesmo muito receio em saber como os outros no vêem - em nossos comportamentos, atitudes, aparência etc. Olha sam, falar em público é algo difícil. Para nos saírmos bem nesse quesito, precisamos praticar muito, ter bagagem de conhecimento e nos conhercemos muito bem.

Obrigado eu pela sua participação que enriquece muito o meu blog!

Abraço, ótima semana para você sua família!

Postar um comentário

Atenção!

Faça seu comentário, mas sempre com responsabilidade, caso contrário, ele não será publicado!

Não serão aceitos comentários que denigram pessoas, raças, religião, marcas e empresas.

Sua opinião é importantíssima para o crescimento do blog. Portanto, comente, o blog agradece!

2leep.com