Imagens inéditas mostram como era o cotidiano em Berlim após a segunda guerra mundial



Circundada pela cidade em ruínas, uma mulher de maiô rega as plantas do jardim de seu terraço. Durante mais de seis décadas, o sinal de vida registrado pelo fotógrafo Otto Donath ficou esquecido nos arquivos de uma editora situada na Aleksanderplatz, no centro da capital alemã. Centenas de outros instantâneos tiveram destino similar.

Eles mostram a vida em Berlim assim que a cidade foi liberada pelas tropas soviéticas, depois de 12 anos do regime nazista implantado por Adolf Hitler. Guardadas na maioria das vezes sem nenhuma indicação de autoria nem das condições em que foram realizadas, as imagens acabam de Ser publicadas no livro "Berlin nach dem Krieg" (Berlim depois da Guerra, em ... tradução livre), do editor Frank Schumann e do fotógrafo Peter Kroh.

A coletânea garimpada em arquivos revela que, apesar da destruição ao seu redor, o instinto de vida falou mais alto. Assim como a mulher molha plantas (foto à direita) e tenta reconstruir o seu pequeno mundo, crianças brincam no interior de uma igreja bombardeada e garotas alemãs namoram soldados aliados recém­-chegados à cidade. Aos reflexos de esperança no futuro se une o legado de um passado recente, simbolizado em especial pela fome e pela fila de mulheres à espera de pães, cortados com uma adaga por um soldado soviético. As mulheres, aliás, são as grandes estrelas da reconstrução de Berlim. Com a maioria dos homens alemães mortos nos campos de batalha ou feitos prisioneiros no exterior, elas não hesitaram em reinventar o cotidiano da cidade. Não se sabe se alguma delas estava por trás das câmeras que imortalizaram de forma independente o pós-guerra. Pouco também se sabe sobre o fotógrafo Otto Donath, um dos poucos que deixaram seus retratos assinados.

Ao contrário dos fotógrafos oficiais, que focaram o trabalho nas ações de retomada de Berlim pelos aliados, os autores das imagens que agora vêm a público parecem mais preocupados em mostrar a Berlim que emergia da tragédia. Uma das fotos mostra um grupo de moradores caminhando pela cidade que Hitler planejara reconstruir e cujo projeto já havia sido encomendado a seu arquiteto preferido, Albert Speer. Detalhe: dois dias antes do flagrante urbano, Hitler havia se matado no bunker subterrâneo no qual se refugiara. Em seu esforço para conquistar a cidade antes dos outros aliados (EUA e Reino Unido), o ditador comunista Josef Stalin havia mobilizado três frentes com o maior poderio militar de toda a guerra. Após a rendição nazista, em 8 de maio de 1945, Berlim passou mais de quatro décadas dividida entre o bloco comunista e o capitalista. O muro que separava as duas realidades caiu em 1989, mas parte da história da tomada de Berlim pelos aliados só começa a ser resgatada agora.

Soldado soviético lavando as mãos em um rio da cidade


Pessoas caminham nas ruas após dias de medo e de confinamento


Alemãs recebem pães de soldado soviético


Pessoas namoram em uma praça


Três crianças se divertem nos escombros de uma igreja bombardeada



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3 comentários :

Allysson disse... [Responder comentário]

Ótimo post. Muito bem feito. Obrigado!

Elizeu Timóteo Pereira disse... [Responder comentário]

Olá Alisson, boa noite!

Obrigado por comentar, e volte sempre amigo!

Anônimo disse... [Responder comentário]

Nossa que meigo, o soldado sovietico distribuindo pães, so faltou a foto dele estuprando as crianças e as mulheres.
Procura na web os abusos dos sovieticos...

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