Riscos da superproteção exagerada dos pais



A criança é um ser em formação e na idade do aprendi­zado, assimila pela sua curiosidade natural e experiências constantes. Como todo indivíduo capaz de raciocinar, ela deve ter a liberdade ou autonomia para saber escolher os seus caminhos, a fim de, mais tarde, já adulta, ter consciên­cia dos fatos, de suas opções, para que se torne independen­te e seja equilibrada emocionalmente. Entretanto, um dos grandes obstáculos ao desenvolvimento de uma personali­dade sadia e principalmente ao equilíbrio emocional, é a superproteção.


Muitos pais imbuídos das melhores intenções, muitas vezes não percebem o mal que fazem com a superproteção para a formação da criança. Às vezes pensam, que ser bom, é literalmente fazer tudo pela criança, estar sempre à disposição, de modo supersolícito, para atender tudo que a crian­ça pede ou que supõe que esteja precisando. Com isso, o desenvolvimento da autonomia fica limitado, causando di­ficuldades no desenvolvimento da criança.

A criança superprotegida é limitada na sua indepen­dência e principalmente na sua auto-responsabilidade e se torna imatura. É uma forma de querer facilitar as coisas para a criança, querendo mostrar que na vida tudo é fácil e não precisa dispender esforços para nada. Isso é mostrar para a criança um mundo irreal.

Superproteger uma criança é privá-la de experimentar o mundo, de aprendê-lo, de desenvolver seu raciocínio e sua criatividade, de tornar-se um ser consciente para optar e de perceber a realidade como ela é.

A superproteção se manifesta com uma preocupação exagerada para com o filho. Inicia ainda quando bebê, quando os pais e principalmente a mãe, está quase o tempo todo tentando descobrir os desconfortos e as necessidades do fi­lho. Às vezes, mantém os filhos no quarto dos pais para as­sim estarem mais próximos e poder vigiar melhor. Medo exagerado de que a criança possa ter uma doença ou alguma insuficiência fisiológica, com o objetivo de "prevenir" pas­sam a dar cálcio, vitaminas, estimulantes do crescimento ou do apetite e outros remédios, que na maioria das vezes são inúteis, quando não contra-indicados e nocivos. Muitos medicamentos que são ministrados à criança desnecessari­amente, podem ocasionar uma alteração no metabolismo orgânico e muitas vezes prejudicam o desenvolvimento nor­mal do sistema imunológico, principalmente, quando por qualquer coisa, estão dando antibióticos.

Vários sentimentos podem estar por trás desse com­portamento dos pais: muitas vezes, a superproteção pode ser uma compensação de um sentimento de culpa em rela­ção à criança, que não foi aceita no início da gravidez; pode ser uma transferência e os pais podem estar querendo dar ao filho o que não tiveram; é comum o caso de pais inseguros e por não confiarem em si próprios, também não confiarem na capacidade dos filhos; pode surgir durante períodos em que a criança esteja doente e aparece nos pais o medo exage­rado de perder; muitas vezes, surge pela mãe, que assume a maternidade, como sua única função e assim, para ser útil tem que se tornar uma supermãe.

Já atendemos pessoas "grandes", com sérios problemas de adaptação pessoal e social, e ao solicitar que uma delas falasse sobre a sua infância, a mesma colocou o seguinte: foi maravilhosa, eu tinha tudo o que queria, meus pais eram superatenciosos, estavam sempre atentos as minhas neces­sidades, muitas vezes até tentando adivinhar o que seria bom para mim, fazendo todas as minhas vontades e cuidando para que eu não sofresse.

Ser bom pai ou boa mãe, não significa dar tudo e fazer tudo, mas preparar os filhos para a vida.
Muitos pais superprotegem os filhos com o intuito de que mais tarde o filho ou a filha possa retribuir, protegendo a eles na velhice, como gratidão e reconhecimento. Mas na maioria das vezes isso não acontece.

Muitos pais se dedicam ao máximo aos filhos, che­gando até mesmo a esquecer a si mesmos como casal. Isso pode levá-los ao distanciamento e logo que os filhos cres­cem, não se acertam mais, pois desaprenderam a convi­vência a dois, e muitas vezes até perderam o interesse um pelo outro, como homem e mulher, pois só viveram e se viram, como pai e mãe.

Os pais superprotetores não permitem o cresci­mento psicológico e o desenvolvimento da autonomia dos filhos. Com isso, eles se tornam inseguros, sem autoconfiança e o pior é que, muitas vezes, se tornam dependentes ou aco­modados e não se dispõem a fazer nada por si mesmos. A dependência e o comodismo são as piores características que podem fazer parte da identidade de uma pessoa.

Assim, a criança não deve sentir-se alvo de cuidados especiais e permanentes. Entre elogios, disciplina, limites, cas­tigo e amor, os pais devem manter-se dentro do bom senso.

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