Como lidar com as "brigas" das crianças?



Desde pequenas, as crianças vão passar por situações competitivas e de auto-afirmação pessoal e social que as le­vam a disputar brinquedos, privilégios e, principalmente, a atenção de alguém. Terão também, situações de companheirismo, colaboração e solidariedade, brincando juntas e se ajudando mutuamente na execução de pequenas tarefas. A atitude dos educadores, a iniciar pelos pais, esti­mulará que predomine um ou outro tipo de comportamen­to, competição ou companheirismo. Grande parte do que faz uma criança pequena é em função dos seus pais, procu­rando obter a atenção e o carinho deles. Se a atenção dos pais for equilibrada e organizada, os filhos não irão adquirir o hábito de brigarem pela sua porção, mas apenas por um breve período de auto-afirmação.

Competição e companheirismo, entre os filhos, tam­bém reflete a maneira como os pais se relacionam com os filhos, e entre si, como casal, ou seja, pessoas procurando em conjunto, o que é melhor para todos e para o casal, ou pessoas brigando por supostas vantagens individuais. Essas vantagens individuais, na maioria das vezes, não são reais ou lucrativas, pois o quanto cada um ganha, lutando para si, é menos do que perdem os dois por não se esforçarem em conjunto, com objetivos comuns.
Em relação a brigas entre crianças, poderíamos resu­mir tudo em uma única frase: "a briga é das crianças e adul­tos não entram".

Muitas vezes a criança corre principalmente atrás da mãe, ou mesmo do pai ou do professor, para se queixar de outra que disse ou fez algo. Estejam atentos, pois na maioria das vezes ela não está buscando ajuda. O que realmente quer é a cumplicidade de uma pessoa adulta que resolva a situa­ção a seu favor, com total parcialidade, sem entrar no mérito do problema. Do ponto de vista infantil, isso é compreensí­vel. Nessa fase, a criança está aprendendo e treinando como se portar em grupo, a' usar argumentos que justifiquem seu ponto de vista e também os seus direitos. Nesse período co­meça o aprendizado sobre a hora de ceder e abrir mão de algo, e o momento de fazer valer seus direitos. Essas dificuldades, às vezes, exaltam os ânimos entre eles, que chegam a trocar alguns tapas, beliscões e até insultos. O risco, na ver­dade, está na grande chance de os adultos se meterem onde não foram chamados, ou pior, quando não foram chamados, mas não deveriam aparecer e assim criarem mais confusões.

Quando os pais não interferem na briga dos filhos, es­tão ensinando-os a defenderem seus direitos, a aprenderem os limites, a entenderem o que é propriedade e respeito à individualidade alheia, a medir sua própria força, a enten­der o sofrimento alheio e, principalmente, a concluir sobre a inutilidade das brigas.
Em muitos casos, as brigas ocorrem por causa do ciú­me entre os irmãos ou até de colegas. Entre irmãos, está re­lacionado aos seguintes fatores: nascimento do irmãozinho e não foi devidamente preparado; quando os pais delegam autoridade ao mais velho; quando os pais ou professores fi­cam fazendo comparações entre um e outro; ou quando de­monstram mais admiração ou gostar mais de um do que do outro.
O primeiro princípio que é universal e que deve ser adotado pelos educadores é o seguinte: "quando um não quer, dois não brigam".

Quando a briga é por ciúmes do mais velho ou do me­nor, a primeira parte é os pais se auto-avaliarem. Se estão errando em alguma coisa, devem corrigir e deixar que o lití­gio pela conquista do espaço seja resolvido pelos filhos. Nesse caso, quando acontece a interferência dos pais ocorre o se­guinte: quando os pais não estão em casa, o litígio se carac­teriza pelo fato do menor se apoiar na seguinte suposição: "deixa eles chegarem que você vai ver"; quando os pais es­tão, o mais velho se apoia na seguinte: "deixa eles saírem que você vai ver", assim continuam alimentando as brigas, usando os pais.
Em todos esses casos, os educadores devem evitar de alimentar as causas do ciúme e não interferir nessas situações, em que as crianças estão aprendendo a viver.

A criança supera o ciúme, quando em pequena escala, com o convívio social, onde percebe que ninguém é de nin­guém, e que existe companheirismo e amizades que unem as pessoas. O ciúme só é exagerado e neurótico quando não ocorrem os acertos na educação. O mesmo acontece com as brigas infantis.

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