Como o gerente deve direcionar a equipe para obter o alto ROM



Resumo Executivo

Os índices financeiros clássicos para a mensuração do desem­penho - retorno sobre o patrimônio líquido, retorno sobre o ativo e retorno sobre as vendas, para mencionar apenas uns poucos ­têm sua utilidade. Mas nenhum se destina especificamente a refletir a qualidade do trabalho da empresa na implementação da estraté­gia. Entra em cena o retorno sobre a gestão (return on management - ROM), um novo índice que determina o rendimento dos recursos mais escassos da empresa: o tempo e a energia dos gerentes. Ao contrário dos demais índices, o ROM é uma estimativa aproximada, não uma porcentagem exata. Todavia, como os outros índices tradi­cionais, ele resulta de uma fórmula em que o quociente é maximizado pelo aumento do numerador e pela redução do denominador:

Liberação de energia organizacional produtiva / Investimento de tempo e atenção gerencial

O conhecimento dos fatores organizacionais que prejudicam ou favorecem a energia produtiva da empresa ajudará os gerentes a calcular o valor do resultado aproximado dessa fórmula.

Os autores sugerem que as empresas analisem cinco fatores - a que se referem como os "cinco testes secos" - para a estima­tiva desse indicador: Os empregados sabem quais oportunidades não contribuem diretamente para a missão estratégica da empre­sa? Os gerentes sabem o que será necessário para determinar o fracasso da empresa? Os gerentes são capazes de se lembrar dos principais indicadores de diagnóstico com relativa facilidade? A organização está a salvo de naufrágio num mar de papéis e pro­cessos? Todos os empregados estão atentos para os mesmos in­dicadores de desempenho observados pelos chefes? Se o geren­te responder afirmativamente a essas perguntas, o ROM provavel­mente será alto. Se a resposta for negativa para algumas, o ROM talvez seja baixo, significando que os gerentes precisam melhorar a comunicação com os empregados sobre as tarefas em que de­vem concentrar esforços.

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Praticamente todos os gerentes têm uma história sobre algu­ma estratégia brilhante que não foi para a frente. Embora contasse com o apoio geral, prossegue o relato, a estratégia de algum modo nunca foi implementada. Ou talvez a estratégia te­nha sido colocada em prática - mas de maneira atabalhoada. Essas histórias sempre parecem terminar do mesmo modo: frus­tração, perda de oportunidades, crises ocasionais - e quase sem­pre na mais completa confusão. Muitos gerentes perguntam a si mesmos por que será que uma porcentagem tão elevada das es­tratégias mais razoáveis, mais analíticas e mais implementáveis nunca evoluíram dos conceitos à realidade.

A resposta está nos próprios gerentes - ou, mais especifica­mente, na maneira como os gerentes direcionam sua energia. A energia gerencial é o recurso mais importante e mais escasso das organizações, sobretudo nestes dias de oportunidades sem fron­teiras. Novas oportunidades parecem pipocar a toda hora ­como resultado da queda de barreiras comerciais, da emergên­cia de novos mercados e de avanços tecnológicos revolucioná­rios - enfim, todo um conjunto de fatores que concorrem pelo tempo e pela atenção gerencial e congestionam sua agenda.

Mas se a energia gerencial estiver mal direcionada ou exces­sivamente dispersa entre muitas oportunidades, mesmo as me­lhores estratégias têm poucas chances de ser implementadas e convertidas em valor. Esse fato simples impulsiona a tarefa mais formidável e mais importante das empresas de hoje: assegurar­se de que os gerentes estão canalizando sua energia para os pro­jetos e temas adequados. Sim, na teoria soa bastante lógico, mas na batalha organizacional superenergizada e de alta intensidade, talvez nada seja mais difícil do que concentrar-se a si próprio ­e a organização - na estratégia pura e simples.

O que fazer? Recomendamos que os gerentes utilizem um novo indicador de desempenho. Nós o chamamos retorno sobre a gestão (return on management - ROM), que se expressa por meio da seguinte equação:

ROM= Liberação de energia organizacional produtiva Investimento de tempo e atenção gerencial

Como seus primos, o retorno sobre o patrimônio líquido e o retorno sobre o ativo, o ROM avalia o período de retorno do investimento em recursos escassos - neste caso, o tempo e a atenção gerencial. Indica a qualidade do trabalho dos gerentes na opção entre cursos de ação alternativos para a distribuição ótima desse ativo. O índice responde à pergunta: estamos ob­tendo o máximo de retorno para cada hora do dia que investi­mos na implementação da estratégia empresarial?

Mas primeiro as primeiras coisas. O ROM não é uma fór­mula quantitativa, pois não gera um número ou uma porcenta­gem específica. Ao contrário, é um indicador qualitativo. O nu­merador, o denominador e o quociente são estimativas de valo­res que os gerentes devem interpretar mentalmente e no íntimo.

O resultado do ROM é direcional. Como todos os índices de retorno quantitativos, o ROM é maximizado pelo aumento do numerador e/ou pela redução do denominador. Mediante a apli­cação da fórmula, os gerentes são capazes de calcular se o res­pectivo ROM é alto, médio ou baixo. É uma medida aproxima­da, mas descobrimos que os executivos que compreendem o valor 7
do ROM dispõem de poderosa ferramenta para a compreensão e mudança da situação.
o ROM indica o retorno sobre o investimento dos recursos mais escassos de uma empresa - o tempo e a atenção dos gerentes.
A título de exemplo de como funciona o ROM, considere o caso de duas organizações. A primeira é uma pequena empresa de consultoria sediada em Boston - vamos denominá-Ia Automation Consulting Services - que começou com uma es­tratégia clara de especialização em tecnologia industria1.1 A par­tir de sua base de conhecimentos, cresceu rapidamente e logo se expandiu para quatro escritórios. Contudo, sete anos após a fun­dação, a empresa enfrentava grave crise. Num dos escritórios, descobriu-se que, para cumprir as metas orçamentárias, o pes­soal cobrava em duplicidade dos clientes. Noutro escritório, a gerência não detectou em tempo a queda no volume de negó­cios gerados por três dos maiores clientes da indústria automo­bilística, situação que deixava na ociosidade boa parte dos pro­fissionais. Num terceiro escritório, a incursão nos mares inex­pIorados da auto mação da biblioteca de um cliente acarretou perdas financeiras e gerou uma situação constrangedora, quan­do a empresa descobriu que não dispunha das qualificações téc­nicas para cumprir O contrato.
Em termos simples, a empresa estava em vias de desintegra­ção. Os gerentes dispersavam energia em muitos projetos, clien­tes e metas, sem definir prioridades. Em determinada época, a empresa possuíra uma estratégia sólida e concentrada: cresci­mento por meio do fornecimento aos clientes de tecnologia in­dustrial no estado-da-arte. Mas os gerentes permitiram que as muitas oportunidades com que se deparava a empresa desvias­sem seus esforços da implementação da estratégia. Assim, a libe­ração de energia organizacional produtiva era extremamente baixa, mas o tempo gerencial investido era muito alto. O ROM da empresa era desalentador.

Em contraste, a Automatic Data Processing (ADP) - uma grande empresa de processamento de banco de dados, com sede em Roseland, New Jersey - é o exemplo típico de organização em que os gerentes compreendem o valor da concentração de energia em torno de projetos que reforcem diretamente a estra­tégia da empresa. Por meio de uma lista de verificação rigorosa para avaliar se os projetos são compatíveis com a estratégia e mediante a divulgação clara das prioridades da organização, a ADP completou 143 trimestres consecutivos de crescimento de dois dígitos no lucro por ação, recorde não igualado por qual­quer outra empresa com ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York. Não admira que o ROM da ADP seja estratos­férico.

A diferenciação entre as duas empresas é nítida: na ADP a energia gerencial converge para prioridades estratégicas de niti­dez cristalina, apenas durante o período de tempo suficiente para a obtenção de resultados. Decerto, os gerentes de ambas as or­ganizações estão conscientes de que o mundo está repleto de oportunidades de negócios; mas os da ADP também sabem que existem apenas tantas horas no dia e somente tantos gerentes disponíveis. Como todos os executivos com alto ROM, eles per­ceberam que as organizações prosperam quando seus líderes ­e os que trabalham para eles - são disciplinados na maneira como consomem o tempo. Em vez de tentar conquistar todas as bandeiras, como a Automation Consulting Services, exercem opções difíceis sobre onde concentrarão energia e, mais impor­tante, sobre onde não desperdiçarão esforços. Essa clareza de propósitos converte todo esforço em energia produtiva e impe­le a estratégia da sala do conselho para o mercado de produtos e serviços.

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