Se a preocupação no processo de circulação simples de mercadorias é a realização das trocas de mercadorias (comércio), o que caracteriza o processo de formação do capital é a preocupação em produzir mercadorias (indústria).
Podemos representar esse processo da seguinte forma:
Neste processo, a pessoa A tem determinada quantia de dinheiro, que troca por uma mercadoria, para, em seguida, trocar novamente por dinheiro. Por exemplo: a pessoa A possui NCz$ 200,00 e troca essa quantia por uma camisa, depois troca-a novamente por NCz$ 300,00, obtendo um lucro de NCz$ 100,00.
Onde, porém, está a explicação do lucro de NCz$ 100,00? Pois se o empresário A começa com uma quantia "x" de dinheiro e termina com mais dinheiro, como então explicar esse aumento de dinheiro?
Uma das respostas seria afirmar que surge da própria circulaçáo do capital, quer dizer, o empresário A compra uma mercadoria e depois, por sua conta, aumenta o preço e a revende por um preço mais caro, tirando daí o seu lucro. Mas se analisarmos bem, veremos que o lucro não surge dentro desse processo de circulação de mercadorias. Por quê?
Se imaginarmos que o empresário A gasta NCz$ 20,00 para produzir meio quilo de pão e depois vende por NCz$ 30,00, ele obterá uma diferença de NCz$ 10,00, mas o empresário A perderá essa diferença quando for comprar outra mercadoria, pois o empresário B também poderá vender mais caro ao produtor A. Assim, vemos que, neste caso, o capital não aumenta, mantém-se constante, ficando, às vezes, mais acumulado nas mãos de outro produtor.
Portanto, se o lucro não nasce no momento da troca, ele só poderá nascer no momento em que o produtor fabrica sua mercadoria, pois
O empresário só pode aumentar o valor de uma mercadoria acrescentando a essa mercadoria maior quantidade de trabalho.
Por exemplo: posso aumentar o valor da mercadoria couro acrescentando-lhe maior quantidade de trabalho, transformando o couro num par de sapatos. E é assim que o empresário faz:
Compra com dinheiro determinadas mercadorias e transforma-as, acrescentando-lhes maior quantidade de trabalho, alterando para mais o seu valor.
Mas, para que isso se realize, o empresário tem que encontrar no mercado uma mercadoria que tenha a peculiaridade de acrescentar valor a outras mercadorias, ou seja, que tenha a capacidade de transformar o couro em sapato. Essa mercadoria é a força de trabalho.
"( ... ) Entendemos por capacidade, ou força de trabalho, o conjunto das condições físicas e espirituais que se dão na personalidade de um homem, e que ele põe em ação ao produzir valores de uso de qualquer tipo" (in Marx, O Capital, I, p. 121).
Assim, o empresário que tem uma soma de cruzados (dinheiro antigo brasileiro) e quer aumentar esse dinheiro, torná-la capital, compra o couro (matéria-prima), a máquina (meio de produção) e a força de trabalho (o operário).
Como toda mercadoria, a força de trabalho também tem um preço estipulado, e definimos este preço como sendo toda quantidade de meios de vida (bens de consumo) necessários para manter o trabalhador vivo, em condições de trabalhar e de se reproduzir.
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