Classes sociais segundo Karl Marx



Para Marx, o capitalismo organiza-se de modo à dar origem a duas classes sociais: os empresários (ou burguesia) e os trabalhadores (ou proletários).

Uma pessoa é considerada como pertencente à classe dos empre­sários quando possui capital, isto é, quando é proprietária dos meios de produção e compradora de força-de-trabalho.

Nesse sentido, os empresários seriam os donos das indústrias, das grandes fazendas, dos bancos ou do grande comércio. Por outro lado,

Uma pessoa é considerada como pertencente à classe trabalhadora quando não tem nada, a não ser sua capacidade de trabalhar (força de trabalho), que vende ao empresário em troca de um salário.


Nesse sentido, os trabalhadores seriam os operários, os campo­neses, os bancários, os balconista, os auxiliares de escritório, as em­pregadas domésticas, os professores, as secretárias etc.

Estas duas classes, segundo Marx, relacionam-se de modo a criar um conflito. Como?

Estudando a lei da mais-valia, percebemos que os empresários exploram os trabalhadores, não lhes pagando tudo aquilo que produ­ziram. Assim, ao receberem um salário baixo, os trabalhadores são condenados e se alimentarem mal, a se vestirem mal, a morar em péssimas condições e ter uma saúde deficiente. Para tentar mudar de vida os trabalhadores organizam-se no bairro, nas escolas e fábricas, exigindo dos empresários, ou do Estado, o direito a uma vida digna.

No entanto, aumentar salário ou dar condições de vida digna ao trabalhador implica diminuir o lucro. Como o empresário não quer perder seus privilégios surge daí um conf1ito social:

Empresários lutando por mais lucro contra trabalhadores lutando por uma vida melhor. É o que Marx define por luta de classes.

Marx realizou uma pesquisa numa fábrica de cerâmica da Ingla­terra, em 1860, e colheu alguns dados que demonstram que vários operários começaram a trabalhar aos 7 e 8 anos de idade, num horário que se estendia das 6 da manhã às 9 horas da noite, isto é, 15 horas de trabalho diário para uma criança. Outra pesquisa realizada em 1862 demonstra que, de 19 operárias, 6 contraíram doenças devido ao ex­cesso de trabalho.

Marx atribuiu aos trabalhadores a condição de Classe Revolu­cionária, quer dizer, aquela classe que pode contribuir para a constru­ção de uma nova sociedade sem exploradores nem explorados, por sua capacidade de se organizar e de lutar por seus direitos.

Entretanto, esta classe revolucionária não é homogênea; soció­logos contemporâneos afirmam que no interior da classe trabalhadora existem diversas divisões que podem dificultar a união dos trabalhadores em função de uma LUTA EM COMUM. Diferenças culturais na classe trabalhadora são originadas por profissões diferentes, pela cor ou pelo sexo. Por exemplo, os valores e problemas da mulher que é, ao mesmo tempo, mãe, dona-de-casa e trabalhadora são diferentes dos do homem. Um operário qualificado e possuidor de casa própria pode ter um comportamento social e político diferente de um operário não-qualificado, residente numa favela.

Um trabalhador negro, por sua vez, além de ser explorado em seu emprego, sofre o problema da discriminação racial. Uma adoles­cente, por outro lado, é obrigada a obedecer a seu chefe no escritório, a seu pai em casa e, muitas vezes, até a seu namorado.

Todas essas situações de vida são muito diferentes entre si, e, por isso, quando tentamos fazer referência à classe trabalhadora em seu comportamento cultural e político temos que levar em conside­ração algumas dessas diferenças. Um outro exemplo: enquanto para os trabalhadores da cidade é importante lutar por saneamento básico (rede de água, esgoto, limpeza pública), para os trabalhadores do cam­po o mais importante pode ser a reforma agrária (divisão de terras, acesso aos implementos agrícolas etc.).

Assim, ao afirmarmos que a classe trabalhadora é revolucionária, temos que admitir que essa classe só pode mudar a sociedade na mul­tiplicidade de sua prática social.

Podemos perceber que, segundo essa teoria, o capitalismo enfrenta problemas sociais que não resultam de uma CRISE MORAL (caso patológico ou anomia) como afirmava Dúrkheim. Ao contrário, Marx demonstra que se existe desemprego, favelas ou criminalidade, é porque

A forma pela qual as pessoas trabalham no capitalismo gera formas de exploração da classe empresarial sobre a classe trabalhadora.


A partir daí, percebemos que será analisando as formas distintas de organização de trabalho que descobriremos o real funcionamento de uma sociedade.

Assim, se o compromisso do Positivismo é a manutenção e pre­servação da soeiedade capitalista, o compromisso da concepção His­tórico-crítica será em realizar uma crítica radical dessa sociedade, res­saltando suas contradições e concluindo que a sociedade é um fenô­meno transitório, isto é, passível de ser transformado.

Para Marx, a mudança social, ou seja, a Revolução, poderá surgir no momento em que a classe trabalhadora se organizar e lutar para a criação de uma nova sociedade: o Socialismo. Portanto, segundo o marxismo,

A superação dos problemas sociais no capitalismo não se dá, como pensava Durkheim, através da ciência, mas sim, através da LUTA POLÍTICA.

Essa superação dos problemas sociais não é, no entanto, uma tarefa fácil. A classe dos empresários utiliza-se de formas específicas de DOMINAÇÃO para impedir a organização e luta dos trabalhadores por seus direitos.
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