Atividade fisica diminue o estresse organizacional e a ansiedade



Calma aí. Não vamos contar que a atividade fisica derruba o estresse de quem já anda se queixando dele. Isso você está careca de saber. A novidade é que a ma­lhação, seja ela qual for, abranda pra va­ler o impacto das pressões no trabalho e na vida pessoal, aquelas que maltratam o corpo e a mente. Pode ser, digamos, até preventiva. Soa a exagero atribuir ta­manho poder aos exercícios, mas é a mais pura - e comprovada - verdade.

Há dez anos pesquisadores do La­boratório de Psicologia do Esporte e do Exercício da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) investigam a re­lação entre nível de atividade fisica e percepção do estresse. "Quem pratica exercicios sente menos ansiedade, ten­são e fadiga mental e lida melhor com as dificuldades", resume o professor de educação física Alexandro Andrade, doutor em psicologia e coordenador do grupo catarinense. Um de seus estu­dos ganhou repercussão internacional justamente por comprovar a tese de que as pessoas ativas vêem a vida por um prisma bem mais otimista.

Aqui vai só uma "amostra grátis" do trabalho, que deverá virar livro ainda este ano. O ponto de partida foi uma entrevis­ta com um grupo de 50 homens, entre ativos e sedentários, que compartilham um perfil comum: vivem sob forte estresse organizacional, trabalham em uma mesma agência bancária, têm idade mé­dia de 44 anos e moram com a mulher e os filhos. Parte deles atua como operado­res de caixa e a outra ocupa cargos de ge­rência. As reclamações são invariáveis: pressões e tarefas em excesso, inseguran­ça, baixa resistência a politicagem e sentimento de desvalorização profissional.

Numa segunda etapa, o autor avaliou as reações psicossomáticas de ambos os grupos e constatou que os ativos mostraram-se mais protegidos do que seus colegas sedentários. Primeiro por­que não sentem dores de cabeça nem insônia -contra 50% e 60% dos ina­tivos, respectivamente. E segundo por­que não relatam queda no rendimento profissional. Mesmo entre os nitida­mente afetados pelo estresse, os adep­tos da malhação têm reações mais brandas de agressividade, mau humor, falhas de memória, dores de estôma­go, conformismo e depressão.

O impacto positivo da prática de exer­cícios se reflete também na vida pes­soal. Sessenta e seis por cento dos ati­vos se declaram satisfeitos com o rela­cionamento familiar, contra apenas me­tade dos sedentários. "Os resultados mostram claramente que a resposta fi­siológica ao estresse é diferente em pessoas ativas", conclui Alexandro Andrade. "É como se o ganho físico proporcionasse resistência psicológi­ca", pondera a psicóloga Marisa Agres­ta, do Instituto Orpus de Treinamento Mental, em São Paulo. É o que os espe­cialistas chamam de princípio da trans­ferência: quando você estabelece e su­pera desafios no esporte, leva essa expe­riência bem-sucedida para outras esfe­ras da vida. "A pessoa aprende a contro­lar suas reações e ganha confiança pa­ra enfrentar situações difíceis."
 
O comportamento de quem começa a praticar exercícios costuma mudar da água para o vinho. "O estilo de vida ati­vo estimula a adoção de uma dieta ali­mentar equilibrada", explica Alexandro Andrade. Na pesquisa com bancários, 87% dos esportistas disseram consumir comida natural, frutas, verduras e sala­das. Entre os sedentários, apenas 20% tinham a mesma preocupação. Outros hábitos reforçam essa constatação. Os ativos evitavam comer carne vermelha, frituras, doces e café. Já o pessoal para­dão confessou a ingestão descontrolada de frituras, carnes, doces, café e sal.

Quando o assunto é álcool, os dois grupos garantiram beber com modera­ção. Quanto a outros costumes, são evi­dentes as vantagens dos malhadores. Nenhum deles fuma. Já entre os se­dentários, 40% assumiram o vício, 30% abandonaram o cigarro e apenas outros 30% nunca se interessaram por ele. Até o tipo de diversão difere de uma turma para outra. Enquanto os esportistas curtem caminhadas no par­que e passeios de bicicleta, os sedentá­rios relaxam ao pé da letra - limitam­-se a atividades tão passivas quanto as­sistir a um filme ou se jogar numa boa na rede e ficar de papo para o ar.

"A atividade física não só espairece co­mo modifica o ambiente da pessoa", diz o professor de educação fisica Franco Noce, diretor científico da Sociedade Mineira de Psicologia do Esporte e dou­torando em psicobiologia pela Uni­versidade Federal de São Paulo (Uni­fesp). "O convívio social se amplia, a prontidão para as atividades diárias cres­ce e a sensação de auto-eficácia ganha força", destaca. Com isso, aumentam a satisfação com a vida, o bem-estar e a to­lerância em momentos críticos. "Até a conversa ganha qualidade, já que o re­pertório de assuntos se enriquece", ob­serva. Como você vê, motivos é o que não falta para convencer até o mais em­pedernido dos sedentários a deixar a le­targia de uma vez e para sempre.

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