Como utilizar todo o nosso potencial?



Nos preocupamos demasiadamente a respeito do futuro

Preocupar-se, como o nome diz, significa pré-ocupar-se, ou seja, ocupar-se de alguma coisa com antecedência. Isto faz com que a mente se desloque da situação atual (aqui e agora) para o futuro, im­pedindo que a pessoa se concentre no que precisa fazer no momento. Também chamada ansiedade an­tecipatória. As preocupações se tornam profecias autoconcretizantes que nos impelem para o desastre que tememos.

 Nos preocupamos em demasia com o passado

Outra forma de ansiedade é a pós-ocupação, quando a pessoa se ocupa com sentimentos de re­morso (culpa por erros passados) ou autopiedade (lástima pelos danos que sofreu no passado). Isto tam­bém impede que a mente se concentre nas tarefas do presente. Também chamada ressaca emocional.

Estes dois estados são diferentes da reflexão, que é uma forma de avaliar as experiências passadas para tirar delas alguma lição que pode ser aplicada no presente e uma forma de avaliar as possibilidades futuras para orientar a ação. A diferença é que a ruminação nos paralisa enquanto a reflexão nos prepara para a ação.

O primeiro passo para livrar-se das ruminações é a autoconsciência; tomar consciência das crises de ruminação nos habilita a evitá-las e a afastá-Ias da mente. A partir de então é possível contestar os pensamentos preocupantes e pós-ocupantes através de pensamentos tranqüilizantes. A outra forma é o relaxamento. A preocupação e ansiedade manifestam-se no nível corporal na forma de tensão que pode ser aliviada com o relaxamento.

Controle da depressão

Na depressão todas as preocupações tendem a se concentrar em um aspecto da própria depressão.
A ruminação então se dá sobre os sintomas da própria depressão (desânimo, medo, insegurança, sintomas psicossomáticos). A pessoa deprimida precisa fazer algum esforço para fixar a atenção em alguma coisa diferente (para sair do ciclo vicioso da ruminação depressiva). É muito importante conseguir direcionar a ação de forma efetiva na obtenção de resultados. A obtenção de resultados é um dos melhores antídotos para a depressão. Outra forma efetiva para afastar a depressão é o exercício aeróbico que tem a capacidade de ativar o metabolismo, aumentando a produção e liberação dos neurotransmissores, cuja deficiência é uma das causas da depressão.

Uma terceira forma de combate à depressão é a contenção cognitiva, que é a ação de evitar os pensamentos depressivos procurando desviar o foco do pensamento para o lado positivo das coisas, a pessoa em depressão tem uma tendência a fazer o contrário, focar o lado negativo de tudo. A pessoa deprimida tende, por exemplo, a dar maior ênfase às próprias defi~iências e pouco valor às próprias qualidades, o que leva a uma autodepreciação e prejuízo à auto-imagem e auto-estima que, por sua vez, retroalimenta a depressão criando um ciclo vicioso.

Empatia

A empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de sentir como o outro. Esta é uma capacidade inata do ser humano, é a empatia que leva, por exemplo, um bebê a chorar ao ouvir o choro de outro. A empatia precisa ser cultivada desde a infância para não se perder. Muitas vezes, no processo de socialização, as pessoas - principalmente os homens - sofrem um processo de perda ou de diminui­ção da sua capacidade de empatia. A ausência de empatia dos pais em relação à criança faz com que a mesma deixe de expressar seus sentimentos, isto tem conseqüências gravíssimas sobre a saúde mental da criança, pois esta para não sofrer passará a utilizar um mecanismo de defesa nominado repressão das emoções, para defender-se do sofrimento emocional.

Fluxo

A capacidade de entrar em fluxo é o ponto alto da inteligência emocional. Fluxo é a capacidade de canalizar as emoções para a ação produtiva de uma forma agradável. A pessoa em estado de fluxo atinge o máximo de sua capacidade de rendimento mental. No fluxo as emoções são positivas, energi­zadas e alinhadas com a tarefa imediata. É um estado em que a pessoa fica totalmente absorvida no que está fazendo. A vivência do fluxo é altamente gratificante e estimulante. A otimização do rendimento mental no fluxo tem como conseqüência uma economia de energia que afasta o cansaço.

Esperança

Esperança, autoconfiança, entusiasmo, são capacidades de se acreditar que se tem a vontade e os meios para atingir as próprias metas. Faz parte disto a capacidade de auto-motivar-se e entusiasmar-se com a realização de uma tarefa e a capacidade de criatividade para criar meios alternativos de alcançar as metas.

Otimistmo realista

Otimismo é uma forte expectativa de que, em geral, tudo vai dar certo apesar dos reveses, adver­sidade e fracassos ocasionais. O otimismo tem a ver especialmente com a forma como as pessoas explicam a si mesmas seus sucessos e fracassos. O otimista vê o fracasso como um sinal de que alguma coisa precisa ser mudada para que o sucesso seja alcançado. O pessimista vê o fracasso como uma evidência de sua incapacidade e isto pode levá-lo a desistir de continuar lutando pelo sucesso.

Controle dos impulsos

A capacidade de controle dos impulsos emocionais é a aptidão mestra da inteligência emo­cional. Talvez não haja aptidão psicológica mais fundamental que a resistência ao impulso, que é a raiz de todo o autocontrole emocional, uma vez que toda a emoção contém um, impulso para a ação. A capacidade de impor um adiamento à realização de um impulso ou desejo está na base de uma vasta gama de esforços que vão desde seguir uma dieta até correr atrás de um diploma. A capacidade de adiar a satisfação de um impulso contribui muito para o potencial intelectual emo­cional.

Controle da ira

Um dos impulsos mais difíceis de conter é a ira. A ira costuma ser o mais intransigente dos impul­sos. O disparador universal da ira é a sensação de estar em perigo (ameaça física ou simbólica à integri­dade física, à propriedade, à auto-estima, honra ou dignidade). A ira evolui em uma série de reações em cascata que podem ir aumentando até o descontrole total.

Desarme da ira

A capacidade de desarmar a ira é fundamental ao bom desempenho mental. O controle da ira é possível através da adoção de uma atitude mental adequada .

a) Autoconsciência: de novo a autoconsciência se faz necessária para detectar o mais preco­cemente possível a presença da ira. Quanto mais cedo o processo for interrompido maior a chance de sucesso de seu controle.

b) Contestação: uma vez conscientes de que estamos irados é preciso questionar e contestar os pressupostos básicos desencadeantes da ira, procurando outros enfoques, outros ângulos para encarar a situação .

c) Esfriamento: quando se percebe que há risco de a ira sair fora do controle uma medida efe­tiva é o afastamento (retirada estratégica) da situação provocante para esfriar a cabeça. A sa­bedoria popular conhece esta técnica, nisto está a origem da expressão "vai ver se estou na esquina" dita para uma pessoa que está perdendo a calma. Um passeio até a esquina pode ser realmente suficiente para esfriar a raiva e dar a oportunidade que a mente precisa para avaliar mais objetivamente a situação.

Há mais de 2000 anos já se tinha uma noção precisa que permanece atual, a respeito da im­portância do autocontrole da ira: "qualquer um pode zangar-se - isto é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e de maneira certa - isto é difícil" (ARISTÓTELES).
 
Lidando com relacionamentos

A inteligência emocional inclui uma série de aptidões necessárias para lidar adequadamente com relacionamentos. Algumas destas habilidades são:

a) Controle da expressão da animosidade: do ponto de vista social é necessário um certo disfarce das reações emocionais que se tem em relação às outras pessoas, principalmente as reações de animosidade, de forma a não prejudicar o esforço coletivo devido a sentimentos pessoais com os quais o grupo nada tem a ver .

b) Capacidade de mediação: habilidade de negociar soluções e administrar conflitos. Inclui a capacidade de contensão da ira alheia, de tranqüilizar o outro .

c) Análise social: habilidade de compreender os motivos que movem o comportamento das pessoas e dos grupos.

d) Ligação pessoal: habilidade de formar alianças, de despertar simpatia e de ter empatia, com­preendendo as necessidades do outro ou do grupo .

e) Autenticidade: fidelidade às próprias convicções e opiniões. Isto é necessário para a defesa de seu ponto de vista. Não confundir com a atitude de dizer tudo o que pensa e sente sem se importar com a reação dos outros - atitude comumente associada com a palavra autenticida­de que na verdade é uma distorção do seu significado e que seria melhor definida como um misto de intransigência, teimosia e antipatia que evidenciam na verdade um baixo nível de inteligência emocional.


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