O valor da vida do corpo carnal
O Japão da atualidade tornou-se, assim como se costuma dizer, numa "grande nação com superávit". Portanto, manifestou-se uma situação internacional em que a economia dos Estados Unidos sofrerá um grande abalo se o Japão deixar de comprar seus Títulos do Tesouro Nacional. Antigamente, países com sólidas Forças Armadas exerciam grande influência mundial, mas isso está gradualmente se transferindo para o poder econômico. Porém, não significa, de modo algum, que o poder econômico tenha prioridade em tudo, pois há coisas que mesmo um bilionário ou um alto funcionário do governo não conseguem comprar, por mais que acumulem dinheiro. E o que encabeça essa lista é a Vida em si.
Não há dúvida de que a medicina atual está muito desenvolvida, sendo experimentadas diversas técnicas de prolongamento da vida, mas a vida humana é algo impossível de ser comprado com dinheiro, não podendo mudar o destino de que todas as vidas da superfície terrestre em breve desaparecerão. Então, existe algo mais valioso do que o dinheiro, que é a vida, mas, se ela um dia desaparecer da superfície terrestre, que é que será mais precioso? O valor de tudo aquilo que desaparece é, originariamente, igual a nada. Na cidade de Sapporo, é realizado o Festival da Neve no inverno, quando são construídas muitas estátuas e outras obras de neve. Como são feitas de uma forma realmente magnífica, alguém perguntou a uma pessoa da localidade a que preço venderiam as estátuas, e a resposta foi que eram de graça, pois são algo impossível de vender. Ou seja, significa que não têm valor monetário, pois logo derreterão e desaparecerão. (Entretanto, parece que essas obras são muito dispendiosas e que há alguma injeção do dinheiro das despesas militares ... )
Então, se a vida do corpo carnal humano também um dia desaparece, seria algo originalmente sem valor, como as obras do Festival da Neve. Porém todos sabem que a vida é tão preciosa que não se pode comprá-la com dinheiro algum. O mesmo se diz também do amor, pois ele se origina da vida e faz parte da ação da vida. Se de um lado dizemos que a vida carnal desaparece, e, de outro, que a vida possui um valor infinitamente precioso, forma-se uma equação esquisita, em que o que não tem valor é igual àquilo que tem valor infinito. Mas essa é uma equação que só pode ser solucionada através do raciocínio de que a vida do corpo carnal é diferente da verdadeira vida.
É algo similar à diferença entre a sombra de uma pessoa projetada na parede e a pessoa em si. Mesmo que essa pessoa tenha rendimento anual de dez bilhões de ienes, a renda da sua sombra é zero. Se-
melhantemente, há diferença entre a pessoa e sua foto: ainda que seja possível casar-se com a pessoa, ninguém o conseguirá com a foto dela.
Conscientização da Vida eterna
Por essas razões, para acabar com as contradições do mundo, adquirir um conceito correto de valor e encontrar o sentido da vida, a razão de viver, é preciso, de todo modo, pensar que o ser humano carnal é diferente da verdadeira Vida dele. Ou seja, mesmo que o corpo carnal morra, ainda existe a Vida que continua vivendo eternamente. E é essencial conscientizar-se de que essa Vida é o próprio eu.
Entretanto, a maioria das pessoas da atualidade não fala disso e apenas enfatiza a preciosidade da Vida. Por isso, criam éticas dando ênfase à beleza, à durabilidade, ao tamanho e ao peso do corpo humano, mantendo a aparência e asseverando o direito à vida. Contudo, assim não conseguirão satisfazerse de verdade e obter total tranquilidade. Ou seja, chegarão à conclusão "Por que há necessidade de cuidar tão bem do corpo carnal se, afinal, ele acaba transformando-se em nada?", e poderão ter o estado mental em que, no momento decisivo, conseguirão praticar assassinato, sevícia ou discriminação. Portanto, é imprescindível que o ser humano tenha a visão religiosa correta de que possui Vida eterna, e, assim, deixar de se satisfazer tanto, ao se enquadrar
na categoria de simples ética, senso comum e leis. Chegamos, então, à conclusão de que a religião deve, na vida atual, ser cada vez mais vista como algo importante, para que todas as pessoas adquiram a conscientização correta de vida.
Nem é preciso citar, mas o Movimento da Seicho-No-Ie se iniciou na superfície terrestre no dia 1 de março de 1930, quando foi publicada a primeira edição da revista Seicho-No-Ie pelo sagrado mestre Masaharu Taniguchi. "Acreditamos que a lei da Vida é o caminho do progredir infinito e que a Vida alojada nas pessoas é imortal". Aqui está explicitamente registrado que, mesmo que o corpo carnal morra, a Vida não morre. Então, significa que, se alguém ignorar este ponto e, utilizandose somente de uma parte dos conhecimentos da Seicho-No-Ie, tentar solucionar problemas da vida e da falta de dinheiro, isso não será possível. Ou seja, o nosso Movimento não se denominou religião, mas se tornou, naturalmente, um movimento religioso de convergência de todas as religiões, assim se arremetendo no grandioso caminho da fé.
Consequentemente, pessoas que são adeptas da Seicho-No-Ie não devem tratar igualmente a fé religiosa, a ciência e a filosofia, quanto mais fazer da fé um meio de obter graças, tendo como primeiro objetivo a saúde e a prosperidade. E, mesmo que alguém faça isso através de uma fé que inverte a devida ordem e consiga obter a saúde e o dinheiro que desejou, um dia deverá partir para outro mundo, despojando-se de tudo. Portanto, mesmo que interrogue sobre o "significado da vida" nesse momento, já será tarde demais.
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