Segredos que Hollywood nunca contou



Ao ser escalado para protagonizar o filme "Juventude Transvia­da", o ator James Dean ainda não era uma estrela. Dias antes de se iniciarem as filmagens, desapareceu e deixou os produ­tores enlouquecidos. Quase foi trocado por outro colega. Seria o caso de especular o que teria se dado se isso tivesse realmente acontecido.

A verdade é que Dean não estava se afinando com o diretor Nicholas Ray e temia se envolver demais com o personagem, mais tarde imitado por jovens do mundo todo. Acabou se envolvendo tanto que espatifou o seu carro pouco antes de o longa-metragem estrear. Situação parecida, mas não tão trágica, aconteceu com o estreante Dustin Hoffman ao fazer um teste para outro clássico: "A Primeira Noite de um Homem".

Descendente de judeus russos e integrante da cena alternativa do teatro de Nova York, Hoffman não conseguiu fechar os olhos no vôo noturno que fez até Los Angeles e, na entrevista com o diretor Mike Nichols, quase desistiu de tudo. "Não tenho nada a ver com cinema. Eu devia tar na minha praia: um ator étnico num espetáculo étnico off-Broa­ay", teria dito. Histórias como essas foram resgatadas no livro "Os Bastidores de Hollywood na Vanity Pair" (Agir), que compila reporta­gens sobre o mundo do cinema publicadas nessa revista americana.

A obra não se destina apenas a cinéfilos e evita deliberadamente o linguajar técnico. Na maior parte do tempo, inclusive, é a intriga que ganha relevo, provando que, numa atividade movida a grandes orçamentos e intensa vaidade como o cinema, muitas vezes o destino de uma produção é decidido por um misto de capricho e pavor do fracasso. Veja o caso do citado "Juventude Transviada". Descrente de que um enredo sobre gangues juvenis gerasse algum interesse, o produtor estava a ponto de interromper as filmagens. Não via com bons olhos os métodos de Ray, que havia dado um papel para um arruaceiro de verdade - ele ensinaria a James Dean como dar sopapos e lutar com facas.

Depois da exibição das primeiras cenas rodadas, o executivo decidiu ouvir o projecionista. "Para ser franco, acho que é o único filme que vale alguma coisa aqui, no momento", disse o homem. O produtor não apenas deu sinal verde a Ray como resolveu rodar tudo em cores e em tela larga, luxos que a produção nem tinha no início. Na reportagem sobre "Os Embalos de Sábado à Noite" fica-se sabendo que o diretor do filme, John Badham, havia editado a famosa cena em que John Travolta dança de terno branco mostrando apenas o seu rosto e os movimentos dos seus braços. Travolta ficou furioso: ia parecer que ele não sabia dançar.
Era essencial que fosse mostrado de corpo inteiro. Ele então ligou para o produtor Robert Stigwood e exigiu que a sequência fosse remontada. Conseguiu. Mas foi obrigado a colar um pôster da "pantera" Farrah Fawcett Majors no quarto de seu personagem. Sem esse detalhe, todo mundo ia achar que ele era gay, segundo o estúdio.

Ao resgatar os bastidores de produções realizadas entre as décadas de 50, 60 e 70, o livro mostra uma mudança fundamental na indústria cinematográfica: a passagem da antiga para a nova Hollywood. Hoje pode parecer ridículo, mas naquela época era quase impossível conseguir dinheiro para rodar uma trama sobre uma mulher casada que seduz o seu genro, como acontece em "A Primeira Noite de um Homem". Atriz para o papel, então, foi uma dificuldade. O marido de Doris Day nem a deixou ler o roteiro: achou tudo muito "sujo". Ava Gardner foi logo dizendo: não tiro a roupa. Anne Bancroft, por fim aceitou, mas pressionada pelo marido, Mel Brooks. Foi indicada ao Oscar, ao lado de Hoffman. O ator é lembrado também na reportagem sobre "Perdidos na Noite", no qual vive o sem­teto Ratso.

Para simular o andar manco do personagem, ele colocou uma pedrinha no sapato: "Ela faz com que você manque sem pensar. Ninguém pode dizer que não é interpretação." Hoffman contracenou com Jon Voight, o pai de Angelina Jolie, que interpretava um garoto de programa de mulheres ricas e entediadas. O agente de Elvis Presley chegou a batalhar o papel para o cantor: "Se vocês dessem uma limpada no rotei­ro ... ", sugeriu. O longa foi um dos primeiros a mostrar nudez masculina no cinema americano, rendeu US$ 200 milhões e ganhou o Oscar de melhor filme. Hollywood já não era mais a mesma. Agora, parece que encaretou .






Gostou do artigo? Compartilhe nas redes sociais!


Encontrou o que procurava? O blog lhe foi útil? Então, curta o Yesachei no Facebook!

2 comentários :

Anônimo disse... [Responder comentário]

Quer comprar perfumes importados e pagar preço baixo por isso?
Miami perfumes tem os melhores contratipos...
Inspirados em marcas de perfumes famosas...
Temos mais de 500 fragrâncias.
Tudo a Pronta entrega..
Carolina Herrera -Armani - Animale ente outras.
Apenas R$ 65,00 o perfume....
Promoção 3 perfumes por R$ 100,00
Frete Grátis para todo o Brasil...
Parcele nos cartões de crédito...
Pague com pagseguro da uol...
ACESSE : www.miamiperfumes.cjb.net ou www.lojamais.com.br/miamiperfumes

Anônimo disse... [Responder comentário]

muito bom! gostaria q Hollywood desencanasse e desse essa repaginada, q acho q tá precisando faz tempo! tudo é muito a mesma coisa sem falar q humor sem bunda parece impossível, e parece q não evoluiu mais.
TATY

Postar um comentário

Atenção!

Faça seu comentário, mas sempre com responsabilidade, caso contrário, ele não será publicado!

Não serão aceitos comentários que denigram pessoas, raças, religião, marcas e empresas.

Sua opinião é importantíssima para o crescimento do blog. Portanto, comente, o blog agradece!

2leep.com