Planejamento de negócios: " o céu é limite"



"O céu é o limite", eis como um executivo sênior descreve o processo de planejamento de longo prazo de sua empresa. A mesma afirmação seria adequada a muitas outras organizações, pois seus sistemas gerenciais baseados em critérios financeiros não conectam os programas de mudança e a alocação de recur­sos às prioridades estratégicas de longo prazo.

Etapas do planejamento estratégico
O problema é que a maioria das organizações dispõe de uni­dades organizacionais e procedimentos operacionais específicos para fins de planejamento estratégico, alocação de recursos e elaboração de orçamentos. Para o desenvolvimento dos planos estratégicos, os executivos seniores se retiram anualmente do local de trabalho e se envolvem em vários dias de discussões ativas, sob a orientação de gerentes seniores de planejamento e desenvolvimento ou de consultores externos. O produto desses exercícios é um plano estratégico que define onde a empresa almeja (ou apenas espera, orando com fervor) estar em três, cin­co ou dez anos. Em seguida, quase sempre, esses planos repou­sam nas prateleiras executivas durante os doze meses seguintes.

Enquanto isso, um processo à parte de elaboração de orça­mentos e alocação de recursos, conduzido pelo pessoal de finan­ças, define as metas financeiras de receita, despesas, lucro e inves­timentos para o exercício seguinte. O orçamento daí resultante consiste quase inteiramente em números financeiros que geral­mente têm pouca relação com as metas do plano estratégico.

A construção do scorecard capacita a empresa a conectar os orçamentos financeiros às metas estratégicas.
Quais os documentos analisados pelos gerentes em suas reu­niões mensais e trimestrais durante o ano? Em geral, apenas os do orçamento, pois as revisões periódicas se concentram na com­paração do real com o orçado para todos os itens do orçamento. Quando se volta a analisar o plano estratégico? Provavelmente durante a próxima reunião anual fora do local de trabalho, quan­do os gerentes seniores desenvolvem um novo conjunto de pla­nos de três, cinco e dez anos.

O exercício em si de criação do balanced scorecard força as empresas a integrar os processos de planejamento estratégico e elaboração orçamentária, e assim ajuda a assegurar que os orça­mentos suportam a estratégia. Os usuários do scorecard selecio­nam indicadores de progresso de todas as quatro perspectivas e definem metas para cada uma das perspectivas. Em seguida, de­terminam quais ações os impulsionarão em direção às metas, identificam os indicadores a serem aplicados a esses vetores das quatro perspectivas e fixam os marcos de curto prazo que regis­trarão o progresso ao longo da trajetória estratégica seleciona­da. Assim, a construção do scorecard capacita a empresa a conectar os orçamentos financeiros às metas estratégicas.

Por exemplo, uma divisão da Style Company (nome fictício) comprometeu-se com a realização de meta aparentemente im­possível definida pelo CEO: dobrar a receita em cinco anos. As previsões do então vigente plano estratégico da organização esta­vam US$l bilhão aquém desse objetivo. Após a análise de vários cenários, os gerentes da divisão concordaram quanto a aumentos específicos em cinco diferentes vetores de desempenho: quanti­dade de novas lojas abertas, número de novos clientes atraídos para as lojas novas e existentes, porcentagem de clientes em cada loja que efetivamente tornaram-se compradores, proporção da retenção de clientes existentes e vendas médias por cliente.

Ao ajudarem a definir os principais vetores de crescimento da receita e ao se comprometerem com as metas de cada indica­dor, os gerentes da divisão acabaram ficando à vontade com a meta ambiciosa do CEO.
O processo de construção do balanced scorecard - esclare­cendo os objetivos estratégicos e em seguida identificando os poucos vetores críticos - também cria um referencial para o gerenciamento dos vários programas de mudança da organiza­ção. Essas iniciativas - reengenharia, empowerment dos em­pregados, gestão baseada no tempo e gestão da qualidade total, entre outros - prometem produzir resultados, mas também competem entre si pelos recursos escassos, inclusive o mais es­casso de todos os recursos: o tempo e atenção dos gerentes seniores.

Logo após a fusão que lhe deu origem, o Metro Bank, por exemplo, lançou mais de 70 programas diferentes. Essas inicia­tivas tinham o objetivo de produzir uma instituição mais com­petitiva e bem-sucedida, mas se integravam de maneira inade­quada na estratégia geral. Após o desenvolvimento do balanced scorecard, os gerentes do Metro Bank abandonaram muitos des­ses programas - como certa campanha de marketing voltada para indivíduos com patrimônio pessoal muito elevado - e con­solidaram os demais em iniciativas mais bem alinhadas com os objetivos estratégicos da empresa. Por exemplo, os gerentes subs­tituíram um programa destinado a melhorar o baixo nível das habilidades de vendas por outro mais ambicioso que almejava retreinar o pessoal de vendas, para que se tornassem assessores financeiros confiáveis, capazes de vender uma ampla gama de novos produtos aos três segmentos de clientes-alvo. O banco efetuou as duas mudanças porque o scorecard criou condições para que desenvolvesse melhor compreensão dos programas necessários à realização dos objetivos estratégicos.

Após a definição da estratégia e a identificação dos vetores, o scorecard influencia os gerentes a se concentrarem na melhoria ou reengenharia dos processos mais importantes para o sucesso estratégico da organização. Essa é a maneira como o scorecard conecta e alinha com maior clareza a ação com a estratégia.

O passo final na conexão da estratégia com a ação é a defini­ção de metas específicas de curto prazo, ou marcos, para os indi­cadores do balanced scorecard. Os marcos são expressões tangí­veis das expectativas dos gerentes sobre quando e com que inten­sidade os programas em andamento afetarão os indicadores.
Ao definirem marcos, os gerentes estão expandindo o pro­cesso orçamentário tradicional para incorporar metas estratégi­cas, assim como financeiras. O planejamento financeiro deta­lhado continua importante, mas as metas financeiras considera­das isoladamente ignoram as três outras perspectivas do balanced scorecard.

Ao integrarem os processos de planejamento e de or­çamento, os executivos continuam a orçar o desempenho financeiro de curto prazo, mas também introduzem metas de curto prazo para os indicadores das perspectivas dos clientes, dos pro­cessos organizacionais internos, e de aprendizado e crescimen­to. Com a fixação desses marcos, os gerentes têm condições de testar continuamente não só a teoria subjacente à estratégia, como também a implementação da estratégia.

No final do processo de planejamento de negócios, os ge­rentes devem ter definido metas para os objetivos de longo pra­zo que gostariam de alcançar nas quatro perspectivas do scorecard; devem ter identificado as iniciativas estratégicas ne­cessárias e alocado os recursos exigidos por tais iniciativas; tam­bém devem ter fixado os marcos dos indicadores que registram o progresso na consecução das metas estratégicas.

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