Diálogo familiar: como dialogar com a criança



A melhor forma de conviver bem, é o conhecimento das pessoas com quem se vive. Para que haja o conhecimen­to é necessário o encontro, e este se efetiva através do diálo­go. O diálogo se realiza através da comunicação oral, mas esta deve traduzir algo do interior das pessoas: os projetos, sonhos, aspirações, gostos, alegrias, tristezas, valores pelos quais se luta e todas as situações que consolam ou afligem.

E imprescindível que se estabeleça a diferença entre dialogar e conversar. Na conversa, fala-se de coisas externas a nós: crise, moda, situação econômica e política, o que com­prar, do que acontece com os outros etc., sem que isso traga algum conhecimento recíproco, sem que as pessoas se dêem a conhecer. Em conseqüência, o amor entre elas não é ali­mentado.

É importante que haja na família um clima favorável ao diálogo, mesmo tendo como ponto de partida, conversas. A forma de saber se está acontecendo o diálogo na família é questionando: o casal está desenvolvendo um conhecimen­to mútuo cada vez maior?. Os pais estão cada vez mais a par das atividades e situações pessoais dos filhos?

No entanto, o diálogo deve ser aprendido e treinado. Sem um treinamento, as pessoas raramente sabem como usar essa habilidade natural da linguagem para construir o en­tendimento entre elas. Nesse sentido, a linguagem é uma habilidade natural; o diálogo, que produz o entendimento, é uma habilidade desenvolvida através do aprendizado e trei­namento.

A primeira regra para se estabelecer o diálogo é saber ouvir. Principalmente os pais, têm o hábito de falar muito e ouvir pouco, e alguns, até nem mesmo se dispõem a ouvir. Tudo inicia na infância dos filhos e muitas vezes na idade filosófica, onde eles tem muitos "porquês" e os pais não têm tempo para responder. Mesmo assim, sempre se pode cons­truir uma ponte através do diálogo. Isso envolve o falar, sa­ber ouvir e perguntar.
Uma constante reclamação dos filhos e de muitas es­posas, é que o pai ou marido não tem tempo para conversar ou não presta atenção no que está falando.

Uma das coisas mais importantes na relação entre o casal, pais e filhos é a amizade. É ela que determina o grau de intimidade e de afinidade entre as pessoas. Sem amizade não existe afinidade e nem intimidade. Mas para se con­quistar e manter a amizade deve haver diálogo. Sem diálogo não existe amizade.
Um amigo que se interessa pela pessoa amiga, está sem­pre disponível, sabe compreender, tem espírito de doação, dá apoio nas conquistas e nas horas difíceis, tem respeito, não a humilha e a valoriza.
O caminho para conquistar uma amizade e mantê-la, é o diálogo.

Na família em que não existe o diálogo, não existe ami­zade e assim o grupo se desintegra na individualidade.
Muitos pais, no lugar do diálogo, preferem o monólo­go, que isola o filho, colocando-o na seguinte posição: "eu falo e tu me ouves". Assim procedem para dar os seus cha­mados "sermões", e passam a fazer suas cobranças e censu­ras. Tudo isso destrói a harmonia e o bom entendimento.

Viver em família é uma experiência e um trabalho em conjunto; não é uma competição, como, em grande parte, é a vida no mundo fora de casa. Nas conversas em família, não se trata de alguém ganhar a discussão e provar que é dono da razão, mas que é inteligente ou algo desse tipo. Nas conversas em família, não deve haver perdedores ou ganha­dores, mas sim uma amizade e diálogo em que todos sairão ganhando.

Duas coisas de importância fundamental para o diálo­go são: o momento em que se fala e o tom de voz usado. O momento se refere à pessoa interessada em falar e a quem deve ouvir: não pode ser com pressa e com pouco tempo disponível, mas o suficiente para falar e ouvir; de maneira alguma quando alguém está alterado, com raiva ou irritado. Quanto ao tom de voz, não é uma orientação mas uma prio­ridade que seja observado rigorosamente, pois a tonalidade inadequada é um dos maiores obstáculos para a harmonia e o entendimento entre as pessoas. A tonalidade da voz, na realidade, é o que determina o significado do que se preten­de transmitir. A pessoa pode usar uma tonalidade de amor, carinho, alegria, satisfação, gratidão e tantas outras coisas positivas, como pode ser de agressão, autoridade, cinismo, gozação, desespero, humilhação e tantas outras que dizem mais do que as palavras.

Muitos pais querem desenvolver um diálogo com seus filhos, mas ao dirigir-se a eles o fazem com uma tonalidade de autoridade. A tonalidade autoritária elimina qualquer pos­sibilidade de diálogo e pode conduzir a conversa para as imposições.

O diálogo é desenvolvido com calma, tempo, amizade e principalmente com humildade, que é o sentimento de igualdade, onde ninguém é mais e ninguém é menos e onde todos procuram o entendimento e a união com compreen­são e amor. Assim ocorre o entendimento, em que tudo se esclarece e conduz ao bem comum.

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