Como educar uma criança sem condená-la pelos seus erros e defeitos



Assim verificamos que a crítica tem um só objetivo: diminuir, desprestigiar, ridicularizar e humilhar a pessoa a quem ela é dirigida. Isso não educa ou forma a criança, mas destrói a personalidade, criando sérios prejuízos para o seu futuro.

Expor a criança ao ridículo: é desmoralizar ou depreci­ar a criança perante outras pessoas, crianças ou adultas; fazê­-la passar vexame, mostrar suas falhas ou erros perante os outros; castigar para servir de exemplo aos demais; colocar apelidos depreciativos como "chorão", "orelhudo", "baleia", "magrela", etc.; fazer gozação da criança em público ou mes­mo em particular, chamar à atenção para qualquer defeito físico ou de dicção; fazê-la apresentar uma questão perante o grupo, sabendo ou mesmo supondo que ela não está pre­parada didática ou psicologicamente; quando a criança foi mal em uma matéria escolar, chamar a atenção dos colegas ou irmãos para o fato; enfim, qualquer atitude que faça com que a criança se sinta depreciada perante os demais.

Duvidar da competência da criança: muitos pais e pro­fessores fazem isso, como um desafio para estimulá-la e ou­tros para desmoralizar a mesma. Em ambos os casos as con­seqüências são graves. A criança pode reagir de duas for­mas: na primeira, sentindo-se incapaz de competir ou de reagir, criando o conceito de que não tem competência para nada. Na Segunda, criando uma necessidade exagerada de mostrar a sua competência e tornar-se o melhor possível.

Na primeira situação, a criança cria limitações não tendo motivação para competir; na segunda, a criança e depois o adulto está sempre querendo provar sua competência em tudo e em todos os momentos, fazendo disso uma neurose e muitas vezes uma obsessão, tornando-se um permanente estressado.

Um exemplo que ilustra esse fato é o seguinte: um garoto fez uma redação muito especial, apresentou o seu trabalho, recebeu uma excelente nota, mas como a mãe era também do magistério, a professora, além da nota, acrescen­tou a seguinte observação: "muito bem, pena que foi com auxílio da mamãe". Conhecemos esse garoto já por volta dos vinte anos de idade com um grau de inteligência muito de­senvolvido, mas estressado com muita preocupação com os resultados e com os outros.

Provavelmente a "professora" que assim procedeu, nun­ca ficou sabendo do mal que fez àquele garoto, duvidando da sua competência. Fazer comparações depreciativas: como já colocamos anteriormente, cada pessoa tem a sua identidade individu­al e por isso não pode ser comparada com ninguém. Muito mais grave para a formação da criança é quando essas com­parações são feitas com o objetivo de depreciar um ou elo­giar o outro. É daí que surgem os rebeldes, revoltados e insatisfeitos.

Os educadores devem ficar sabendo o prejuízo que cau­sam a uma criança ao cometerem o erro de valorizar um, para exemplo do outro. Nos estudos, um pode ter mais faci­lidade que o outro para aprender, por isso sempre conseguir as melhores notas e muitos elogios.

O outro, no entanto, não é compreendido na sua dificuldade, na sua individualida­de, e suas notas jamais são elogiadas, mesmo que com mui­to esforço, por serem menos que as do outro. Todos os elogi­os devem ser ao esforço dispendido e não ao resultado. Ja­mais colocar alguém como exemplo para o outro. Muitas vezes as atitudes comparativas chegam mesmo ao extremo da depreciação como: "olha como fulano é inteligente, você não vale nem o tempo que se gasta", "fulano faz corretamen­te, você é um atrapalhado", "fulano é capaz, você não", as­sim muitas outras comparações que vão depreciar o concei­to perante os outros.

O filho que é sempre comparado de forma depreciati­va, corre o risco de ter comportamentos regressivos, e para piorar tudo, de ser levado para algum tratamento especializa­do. Com o tratamento o problema pode se agravar, pois as­sim se torna mais evidente que o mesmo é um problemático
e que o irmão é o correto. Nestes casos, o tratamento deve visar os pais e não a criança que é vítima do ambiente fami­liar.

Quando ocorre este fato pode-se estar cometendo dois erros: um para com a criança que é depreciada, criando os complexos, e para o que é elogiado, criando o conceito de que é o máximo, e que não precisa fazer muito esforço e tornar-se displicente com os seus compromissos. Muitas vezes, perde a motivação própria agindo pelos outros.

O verdadeiro educador é aquele que está ao lado para dar o seu apoio em qualquer situação, não humilha, não de­precia e principalmente respeita. Como foi colocado antes, muitos pais e professores re­fletem no tratamento dos filhos e dos alunos, o seu próprio interior de harmonia ou desequilíbrios.

Compreender, respeitar e não humilhar a criança tor­na-se mais fácil se os educadores entenderem que estão li­dando com o futuro de um ser humano, que é o que de mais precioso pode existir. O relacionamento entre educadores e educandos deve basear-se na amizade e no respeito. Se os adultos podem ter amizade e respeito por outro adulto, de­vido ao bom senso, muito mais importante que ocorra com as crianças que estão aprendendo para o seu futuro. Por isso respeitar uma criança, muito mais do que bom senso é uma atitude de equilíbrio e boa educação.

Mais erros e acertos na educação

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