Definições dos sete tipos de inteligências

Portanto, no momento, a definição de inteligência é mais específica no sentido de identificar um conjunto de capacidades, aptidões, dons e habilidades. Não se diferenci­ando dos conceitos antigos, mas apenas sendo mais claro e definido em cada caso específico de aplicação. Além de tudo, com comprovações experimentais.

O mais importante é que com essas descobertas vimos confirmar tudo o que já afirmamos anteriormente, de que não se pode educar em série. Assim propomos a verdadeira educação familiar, escolar e social, onde cada indivíduo seja orientado de acordo com a sua identidade e não como uma parte do todo.

Outros autores definiram as inteligências dividindo-as em dois grupos, ou seja: racionais-cognitivas e emocionais. Isso em função da parte do cérebro em que elas se situam, ou seja: hemisfério esquerdo, as racionais-cognitivas e he­misfério direito, as emocionais.

As sete inteligências são assim definidas: musical, cor­poral-cinestésica, lógico-matemática, lingüística, espacial, interpessoal e intrapessoal.

Inteligência musical: pesquisando alguns destaques na música, percebemos claramente uma tendência e habilida­de para o desenvolvimento da mesma. Dessa forma, os ca­sos de crianças que sem contatos anteriores com instrumen­tos musicais, em pouco tempo, tocavam com facilidade. O mesmo se percebe em crianças com algum tipo de deficiên­cia, que conseguem tocar maravilhosamente um instrumento
musical, mas não conseguem falar. Isto enfatiza a indepen­dência da inteligência musical.

As considerações destas evidências sugerem que a ca­pacidade musical é mais desenvolvida como uma inteligên­cia. Mesmo que a capacidade musical não seja considerada uma capacidade intelectual como a matemática, ela se qua­lifica através dos critérios citados. Contudo, toda criança é dotada dessa inteligência. O que pretendemos colocar é a facilidade com que se manifesta e se desenvolve em deter­minados indivíduos. Combina com profissões que envolvam instrumentos e interpretações musicais.

Inteligência corpóreo-cinestésica: o movimento é con­siderado sob um novo ponto de vista. Devido a erros e mal­entendidos sempre foi tido como algo menos nobre do que realmente é, especialmente o movimento da criança, que foi negligenciado no campo educacional, onde somente a edu­cação física levou em consideração o movimento, mas sem reconhecer a sua essência como inteligência. Observando os animais, vemos que seu comportamen­to só se exprime através dos movimentos. Logo, não deve­mos deixar de lado, exatamente com relação ao ser humano, esta particular expressão da sua vitalidade. Os músculos são considerados como integrantes do sis­tema nervoso, que em todas as suas partes coloca o ser hu­mano em relação com o seu ambiente. Aí está por que é de­nominado de sistema de relação: coloca a pessoa em comu­nicação com o mundo inanimado e animado, e conseqüen­temente, com os outros indivíduos, de tal forma que, sem ele não existiriam relações entre o indivíduo e a sociedade. O controle do movimento corporal está, evidentemen­te, localizado no córtex motor, com cada hemisfério domi­nante ou controlador dos movimentos corporais, no lado inverso do corpo. Nos destros, a dominância desse movi­mento normalmente é encontrada no hemisfério esquerdo, e nos canhotos, o contrário. A capacidade de realizar movimentos quando dirigida para fazê-los, pode estar prejudica­da mesmo nos indivíduos que podem realizar os mesmos movimentos reflexivamente ou numa base involuntária. A existência de uma apraxia específica constitui uma linha de evidência de uma inteligência corporal-cinestésica .

Nas pesquisas, se comprova que uns se desenvolvem bem em uma determinada atividade e outros noutras. Mui­tos tentaram jogar futebol e não obtiveram bons resultados, e outros conseguiram com facilidade. Assim, o mesmo acon­tece em todos os esportes, na dança, na mímica e em todas as atividades corporais e manuais.

A evolução dos movimentos especializados do corpo é uma vantagem óbvia para as espécies, e nos seres humanos, esta adaptação é ampliada através do uso de ferramentas. O movimento corporal passa por um programa de desenvolvi­mento claramente definido nas crianças. E não há dúvida de sua universalidade entre as culturas.

Como foi colocado anteriormente, as inteligências fun­cionam combinadas e o desenvolvimento de uma pode ati­var outras. Quando se observa com atenção o desenvolvi­mento da criança, torna-se evidente que a estimulação dos movimentos, desenvolve e aperfeiçoa todas as demais fa­culdades. As profissões que combinam são aquelas que en­volvem habilidades e agilidade do corpo.

Inteligência lógico-matemática: se caracteriza pelo do­mínio dos raciocínios lógicos e dedutivos e pela compreen­são de modelos matemáticos. Dois pontos essenciais desta inteligência são perceptí­veis. Em primeiro lugar, quem a tem mais desenvolvida, tem o processo de resolução do problema em geral surpreenden­temente rápido e o outro é a natureza não- verbal da inteli­gência. A solução de um problema pode ser construída an­tes de ser articulada. De fato, o processo de solução pode ser totalmente invisível, inclusive para aquele que resolve o pro­blema. As descobertas do tipo repentino, também chamadas geniais e o fato de isso acontecer mais freqüentemente com algumas pessoas, nos mostra o funcionamento da inte­ligência lógico- matemática.

As pesquisas comprovam que certas áreas do cérebro são mais importantes do que outras, no cálculo matemático. Tem pessoas deficientes que realizam grandes façanhas de cálculo, sem qualquer eficiência na maioria das outras áre­as. Crianças prodígios em matemática existem em grande número. O desenvolvimento desta inteligência nas crianças foi estudado, definido e documentado por Jean Piaget. As profissões, nas quais as pessoas que se identificam mais por esta inteligência, estão ligadas à matemática, à física, à esta­tística e à economia.

Inteligência Lingüística: é a habilidade de se expressar por meio da linguagem verbal em suas formas oral e escrita. Manifesta- se na forma criativa de lidar com as palavras. Existe uma área específica do cérebro, que é responsá­vel pela produção de sentenças gramaticais. Uma pessoa com dano nesta área pode compreender palavras e frases bastan­te bem, mas tem dificuldade em juntar palavras em algo além das
frases mais simples. Ao mesmo tempo, outros processos de pensamento podem estar completamente inalterados.

A linguagem é universal, e seu desenvolvimento nas crianças é surpreendentemente constante em todas as cul­turas. Pela observação de crianças surdas, se percebe que normalmente, mesmo não sendo ensinadas, elas criam sua própria linguagem manual e a utilizam normalmente. As­sim, podemos perceber como uma inteligência pode operar independentemente de um modelo oferecido. Portanto, essa inteligência determina a habilidade maior ou menor de se comunicar e da compreensão lingüística. As profissões que mais combinam são: professor, escritor, jor­nalista e advogado.

Inteligência espacial: é a capacidade de formar um modela mental muito preciso de uma situação espacial, e de utilizar esse modelo para se orientar. Se caracteriza princi­palmente pelo sentido de direção. A solução de problemas espaciais é necessária na na­vegação e no uso do sistema notacional de mapas. Outros tipos de solução de problemas espaciais são convocados quando um objeto é visualizado de um ângulo diferente, no jogo de xadrez e nas artes visuais, no uso do espaço.

Assim, como o hemisfério esquerdo é definido como o local de muitas atividades, o hemisfério direito é comprovadamente o ponto mais central do processamento espacial. Um dano nas regiões posteriores direitas provoca prejuízo na capacidade de encontrar o próprio caminho em torno de um lugar, de reconhecer rostos ou cenas, ou de ob­servar detalhes pequenos.

Esta inteligência é vital para o ser humano se situar e manipular os objetos que circulam. Os antigos estudiosos chamavam a esta, de intuitivo-dedutivo, pois nela mesclam­se intuição e razão. As profissões que mais se aproximam da mesma, são aquelas que exigem uma visão mais ampla como: arquitetura, engenharia, desenho, cirurgia plástica, neurocirurgia e administração.

Inteligência interpessoal: é a capacidade de se relacio­nar bem, de compreender e ser solidário com as pessoas. A inteligência interpessoal está baseada numa capaci­dade de perceber distinções entre pessoas, em especial, as diferenças em seus estados de ânimo, temperamentos, mo­tivações e intenções. Em formas mais avançadas, permite saber o que está acontecendo com outra pessoa mesmo que esta, não o revele. Essa capacidade aparece de um modo muito desenvolvido em líderes religiosos, políticos, em muitos professores e todos os demais líderes bem sucedi­dos. Eles não são apenas vendedores de idéias e possuem mais do que uma habilidade em persuadir e convencer.

As pessoas com a inteligência interpessoal desenvol­vida, tem a empatia que é a arte do relacionamento pessoal com os outros, que facilita ir ao encontro, reconhecer e rea­gir adequadamente aos seus problemas e preocupações. São pessoas que se dão bem com todos, são disponíveis e tiram satisfação de seus relacionamentos. São compreensivas e não autoritárias.

Outra de suas aptidões é a liderança. São em geral bem aceitas e com facilidade chegam a posições de liderança es­pontânea, nos grupos em que vivem ou trabalham. Conse­guem com isso coordenar os esforços de um grupo de pesso­as. São normalmente mediadores e, quando solicitados a resolver um conflito, o fazem sem maiores tensões, mesmo em situações emocionalmente carregadas de interesses que se contrapõem. Quando ocorre qualquer desavença, normal­mente são chamados para encontrar uma saída. São hábeis em analisar o que está acontecendo socialmente. Percebem com facilidade o que ocorre no grupo, tanto o sentimento grupal como o individual, e como cada um é afetado pelo clima emocional vivenciado por todos.
Claro que o indivíduo bem desenvolvido neste campo, poderá usar essa inteligência no sentido de explorar ou con­duzir um grupo de forma negativa. Os educadores, e princi­palmente os professores, devem estar atentos com alunos que podem se tornar líderes negativos pela necessidade de chamar a atenção. Essa habilidade deve ser conduzida para as lideranças positivas. As profissões que combinam com as pessoas com esta habilidade mais desenvolvida são: socio­logia, magistério, política, clínica, psicologia e todas as de­mais profissões que exijam um maior grau de relações hu­manas de liderança.

Inteligência intrapessoal: é a habilidade de organizar o seu próprio estado psicológico, de administrar os seus pró­prios sentimentos e estar bem consigo mesmo. Equivale à capacidade do autoconhecimento da auto- aceitação; é a capacidade de formar um conceito e um mo­delo positivo de si mesmo e poder usá-lo para agir eficaz­mente na vida. A inteligência interpessoal é aquela que leva a pessoa a entender e compreender os outros e saber conviver com eles; a inteligência intrapessoal permite compreender a si próprio e desenvolver uma relação interior agradável.

Esta é uma verdadeira busca de si mesmo, do eu mais profundo. O grande filósofo grego Sócrates, foi quem deu início a essa verdade, com a frase "encontra-te a ti mesmo".

Não é só a busca de conhecimento interior, mas a ca­pacidade de tornar todas as qualidades inerentes no seu in­terior, atuantes em sua vida. É a descoberta do potencial in­terior e saber usá-lo na construção de uma vida melhor.

A pessoa que desenvolve a inteligência intrapessoal, é aquela que aprendeu a usar todas as suas características, para construir um estado psíquico e emocional de harmo­nia, equilíbrio e realização. A ausência dessa manifestação, se expressa pelos re­traimentos e complexos, através dos quais a pessoa não de­senvolve o amor próprio, a auto-estima, o auto conceito po­sitivo. As profissões que mais estão ligadas a esta inteligência são: psi­cologia, psicoterapia, medicina e todas as demais profissões que exijam o estar bem consigo mesmo e assim passar algo bom para os outros.

Uma vez que todas as inteligências são parte da heran­ça humana genética, de alguma forma, cada uma delas se manifesta universalmente, independentemente da educação ou do apoio cultural. Deixando de relacionar as populações excepcionais, todos os seres humanos possuem certas capa­cidades essenciais em cada uma das inteligências.

Com o desenvolvimento, as inteligências são manifes­tadas de formas diferentes ou seja, de um sistema simbólico: a linguagem é encontrada através das frases e histórias; a música através das canções; o entendimento espacial atra­vés de desenhos; a corporal-cinestésica através dos gestos ou da dança; a lógico-matemática através dos cálculos; a interpessoal nas formas de contatos sociais e a intrapessoal na forma da pessoa se autoconduzir. Nesse momento, as cri­anças demonstram suas capacidades nas várias inteligênci­as, por meio de sua compreensão dos vários sistemas sim­bólicos.

Na medida em que o desenvolvimento progride, cada inteligência, justamente com o seu concomitante sistema simbólico, é representada num sistema notacional. A mate­mática, o planejamento de mapas e plantas, a leitura, a nota­ção musical, as atividades físicas, os relacionamentos e a auto-organização são sistemas simbólicos de segunda ordem em que representam os símbolos.

Finalmente, durante a adolescência e a idade adulta, as inteligências são expressas através da variedade de ativi­dades profissionais e de lazer. Por exemplo, a inteligência espacial passa dos mapas mentais do bebê, para as opera­ções simbólicas necessárias nos desenhos e nos sistemas notacionais dos mapas, para os papéis de arquiteto, enge­nheiro, desenhista, cirurgião plástico, jogador de xadrez e outros.
Como foi colocado antes, todos os seres humanos pos­suem todas as inteligências em algum grau, mas certos indi­víduos são considerados de forma promissora. Eles são ex­tremamente bem-dotados com as capacidades e habilidades essenciais daquela inteligência. Este fato é de suma impor­tância para a educação e para a cultura como um todo, uma vez que, se bem desenvolvidos e orientados, esses indivídu­os, excepcionalmente talentosos, realizarão notáveis avan­ços nas manifestações culturais daquela inteligência. Na medida em que os indivíduos que têm mais domínio em determinada área, forem eficientemente localizados e desenvolvidos, o conhecimento global do grupo avançará em to­dos os domínios.

Enquanto uns têm um desenvolvimento facilitado em uma determinada inteligência, outros poderão ter certas di­ficuldades em uma outra inteligência. Na ausência de ajuda e incentivos especiais, provavelmente irão falhar nas tare­fas que envolvem aquela inteligência. Uma educação centrada no indivíduo, numa idade inicial ou seja, na infân­cia, poderá levar um grande número de crianças a um nível muito mais promissor.
É um fundamento para os educadores, que o desenvol­vimento precoce e às vezes até, surpreendente numa área, não significa o desempenho maduro numa outra área, assim como as realizações talentos as em determinada área, não implicam numa realização talentos a em outra.

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