Conceitos relacionados a inteligência



Os primeiros conceitos a respeito da inteligência, fazi­am referências aos talentos, que identificam os valores, as aptidões e todo o conjunto de habilidades. Assim, quem es­culpia bem tinha talento e aptidão para a escultura, o mes­mo em relação a todas as demais atividades. Em muitos po­vos era interpretado como um dom divino, que a uns era facultado e a outros não. Isso fazia com que uns eram gratos a Deus pelo dom e outros conformados com a vontade de Deus.

A partir do início do século XX, tais interpretações per­deram o sentido único e deram o princípio para as descober­tas e definições que ocorreram durante o século. No início do século, na França, foi desenvolvido pelo psicólogo Alfred Binet, um teste de avaliação, através do qual, se podia verificar o grau de inteligência de cada pessoa. Esta forma de avaliação, teve o nome de "teste de inteligência"; sua medida, o "QI". Logo foi levado para os Estados Unidos, e a sua grande propagação foi a partir da primeira guerra mundial, em que foi usado para testar mais de um milhão de recrutas.

O entusiasmo tomou conta de muitos, pelo fato de ter sido encontrada uma forma de medir a inteligência e o po­tencial da pessoa. A busca da medida perfeita da inteligência, prosseguiu com a participação de outros cientistas.

Os ingleses e norte-americanos realizaram um grande esforço nas pesquisas para a exploração das diversas facetas do pensamento humano. Desenvolveram maneiras criativas de avaliar as capacidades mentais de crianças e adultos, atra­vés de testes padronizados. Voltavam-se para problemas de aritmética, raciocínio verbal, conhecimentos gerais, relações espaciais, provas de vocabulário e muitas outras atividades. Tais quesitos aplicados a milhares de crianças, em condi­ções controladas, receberam cuidadoso tratamento estatísti­co, do qual emergiram facetas convergentes, mas distintas da atividade inteligente. Alguns testes captam melhor al­guns fatores, como em geral, mais ligados ao raciocino lógi­co-abstrato e importante para qualquer tipo de solução de problemas. Outros testes são mais específicos. Medem as­pectos parciais, como o verbal, importante na comunicação e expressão verbal, ou o fator espacial, importante na per­cepção das relações espaciais entre objetos e conjuntos.

O impacto maior na definição a respeito da inteligên­cia, foi provocado pelas pesquisas iniciadas por Howard Gardner e posteriormente pela sua equipe, que definiram a teoria das inteligências múltiplas. Isso veio dar não só uma nova visão, mas uma necessidade de mudanças nas formas educacionais tanto por parte dos pais, como principalmente pelos professores nas escolas. É uma visão pluralista da mente, reconhecendo muitas facetas diferentes e separadas da cognição, reconhecendo que as pessoas têm forças cognitivas diferenciadas e estilos cognitivos contrastantes. Coloca também, uma proposta de introduzir o conceito de uma escola centrada no indivíduo, que considera seriamen­te esta visão multifacetada de inteligência.

O grupo, com o objetivo de descobrir a descrição cor­reta das inteligências, examinou um amplo conjunto de fon­tes, que ainda não haviam sido consideradas juntas anteri­ormente. Uma das fontes é aquela, referente ao desenvolvi­mento de diferentes tipos de capacidades, nas crianças nor­mais. A outra fonte, e muito importante, é a informação so­bre o modo pelo qual estas capacidades falham sob condi­ções de dano cerebral. Quando alguém tem um derrame ou outro tipo de dano cerebral, várias capacidades podem ser destruídas, ou poupadas isoladamente, em relação a outras capacidades. Esta pesquisa com pacientes com dano cere­bral, produz um tipo muito poderoso de evidência para mostrar como o sistema nervoso evolui para resultar em cer­tos tipos diferentes de inteligência.

Mais tarde, continuaram as pesquisas observando sis­tematicamente os dados neurológicos e comportamentais de crianças autistas, outras mentalmente deficientes com um talento altamente desenvolvido em determinada área, tal como cálculo rápido, memória ou execução musical, de meninos-prodígios, crianças com dificuldade de aprendiza­gem, e todos aqueles que apresentam perfis cognitivos mui­to irregulares, e que são extremamente difíceis de explicar nos termos de uma visão unitária de inteligência. Nessas crianças, devido à ausência ou a presença exagerada de al­gumas funções que normalmente funcionam de maneira integrada, se pode observar quase que em estado puro, o funcionamento de algumas interessantes facetas da inteli­gência. Essas, além de múltiplas, têm um comportamento autônomo.

Outro fator pesquisado foi, até que ponto existe uma transferência de aprendizagem de um para outro campo. Pro­curava-se, nas observações controladas dentro do cotidiano das crianças em situações de aprendizagem, se, por exemplo, o treinamento feito no campo da matemática, tinha repercus­são nas outras capacidades e vice-versa. As formas de produ­ção inteligentes, colhidas em sua amostragem, demonstravam que as capacidades da inteligência são realmente múltiplas e até certa medida, autônomas. Cada uma dessas formas tem uma operação nuclear de operações identificáveis. Cada inte­ligência é ativada ou desencadeada por certos tipos de infor­mações interna ou externamente recebidas. Além disto, as inteligências podem ser traduzi das em sistemas simbólicos. A linguagem e a matemática, por exemplo, são sistemas sim­bólicos universalmente presentes e necessários para a sobre­vivência e produtividade cultural humana.

Ao mesmo tempo, Gardner afirma que os indivíduos, podem diferir dos perfis particulares de inteligência com os quais nascem mas, certamente, são distintos nos perfis inte­lectuais com os quais se desenvolvem e morrem. Para ele, portanto, podem existir potencialidades individuais diferen­tes, já no nascimento mas, com segurança, essas aparecerão ao longo da vida em virtude da maneira diversa com que as inteligências são ou não estimuladas.

Aos poucos Gardner formulou e descreveu sete tipos fundamentais de inteligência, com o objetivo de organizar a massa de informações colhidas. Foi levado em conta somen­te as capacidades que considera universais para a espécie humana. Vincula essas capacidades à solução de problemas que decorrem basicamente dos desafios condicionados pela cultura, pelas metas e valores do grupo social. Mas, simulta­neamente, as vê como dependentes de bases neurobiológicas bastante específicas. Ao mesmo tempo, dá informações so­bre a localização cerebral de cada uma das sete inteligênci­as. Esse é um dos aspectos originais das pesquisas.

Na maioria das vezes, essas inteligências, na idade adul­ta, não operam isoladamente. Na verdade, exceto em indiví­duos anormais, as inteligências sempre funcionam combi­nadas, e qualquer papel adulto sofisticado envolverá uma fusão de várias delas.
Muito ainda se pode descobrir e definir, em decorrên­cia de outras observações que continuam sendo realizadas. Mas dessas sete maneiras inteligentes de comportamento já se pode falar de maneira segura.

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