A técnica do emprego dos olhos está intimamente relacionada com o problema da velocidade da leitura. Esta é uma decorrência natural daquela. Não precisamos aqui ocupar-nos com técnicas de aumentar a velocidade da leitura: são as indicadas para o emprego dos olhos. Nossa colocação é outra e pode ser iniciada com a seguinte pergunta que tantos estudantes universitários já nos fizeram: Uma leitura rápida não significará má leitura? Em seguida poderemos tentar responder a outra questão tão divulgada hoje em dia: se é verdade que uma pessoa lê três mil palavras por minuto ou um livro de trezentas páginas em meia hora.
- leitor vagaroso ("slow reader"): 150 palavras por minuto
Há um provérbio que, acreditamos, existe em quase todos os povos "devagar, mas longe" ou "devagar, mas firme" (os italianos, por exemplo, dizem: "piano, piano si va lontano e si arriva a Milano").
Isso se aplica também à leitura? Responderemos categoricamente e baseados em resultados de muitas investigações: - Não, em muitas espécies de leitura. A conclusão dessas pesquisas é a seguinte: "em geral o leitor vagaroso é menos seguro a respeito do sentido daquilo que lê do que o leitor veloz" (15: 24; 39)
É comum, também, ouvirmos: "Quanto mais devagar wna pessoa lê, melhor entende; quanto mais depressa, mais fraca é sua compreensão". Mas isso é realmente verdadeiro? Nossa resposta é a mesma: - Não, em muitos tipos de leitura.
Já observamos que a razão desse equívoco tão fatal ao aperfeiçoamento da leitura é o ensino desta no curso primário e a prática no secundário, com ressalva das honrosas exceções que, felizmente, existem. Os pais, por sua vez, que herdam o mesmo tipo de aprendizagem da leitura e já influenciados pelos universais "inimigos da ciência", que são o "bom senso" e a "sabedoria popular", têm sua grande parcela de corroboração no mal-educado. Nossa intenção não é convencer (a atitude científica é mostrar' e demonstrar, não persuadir). Várias investigações confirmame todos podemos observar que, em geral, o leitor vagaroso é menos seguro a respeito do sentido daquilo que lê, do que o leitor veloz. Comparações já foram feitas entre os dois tipos de leitor e ficou comprovado que o leitor veloz é tão eficiente quanto o vagaroso na interpretação de textos, e, em geral, leva ligeira vantagem sobre o vagaroso quanto à memorização e assimilação. Concluímos, com grande probabilidade de acerto, que as habilidades "velocidade e compreensão de leitura não são incompa.tíveis e costumam andar juntas".
A respeito da velocidade mínima e máxima da leitura proveitosa, existe exagero em certas afirmações, o que já se vem consUtuindo um mito: o "mito dos super-homens da leitura veloz". Esclarecemos, em primeiro lugar, que a velocidade não só depende da habilidade do indivíduo, como ainda deve variar de acordo com o tipo de leitura a ser feito; em segundo lugar, é possível aumentar gradativamente a velocidade, através de treinamento, até conseguír o limite da própria capacidade; e, em terceiro lugar, de acordo com pesquisas feitas pode-se verificar o que existe de comprovado pelos quadros e conclusões abaixo transcritos.
1º Quadro - Segundo Witty
2º Quadro - Segundo Morgan (29: p. 79)
Trata-se de um teste de "leitura compreensiva", onde se fornece ao leitor passagens para ler. A hora em que se inicia a leitura é anotada. Ao término, são computados os minutos e segundos consumidos. Em seguida, o leitor responderá a um questionário de compreensão. A tabela especifica o mínimo e o máximo já atingidos: o mínimo existente entre leitores comuns e o máximo atingido pelos melhores leitores:
Como se vê, tratando-se de leitura compreensiva, o limite máximo "'ideal" é de 400 palavras por minuto.
FRY (15: p. 3), acompanhando treinamento de leitores em curso de "Faster Reading" em várias universidades, concluiu que os leitores que conseguem ler com compreensão atingem o seguinte escore.
- leitor moderado ("fair reader"): 250 palavras por minuto
- leitor veloz ("good reader"): 350 palavras por minuto
Trata·se de uma classificação de leitores que se exercitam na leitura-estudo e são testados periodicamente durante o curso de "faster reading".
O próprio FRY (15: p. 8) apresenta uma tabela para cálculo de teso te de velocidade de leitura ("Length of article in words") onde o limite máximo teórico (que provavelmente pode ser atingido por um leitor bastante veloz) é de 625 palavras por minuto.
As estatísticas de acompanhamento de cursos de leitura veloz demonstram que um leitor vagaroso pode progredir até cerca 130% em sua velocidade. Assim confirma POULTON, após examinar os resultados de 40 classes em oito centros diferentes: "Observando os dados de todas as instituições, a média de leitura é normalmente estabelecida entre 160 a 280 palavras por minuto, no inicio do curso; e, no término, é de 340 a 500 palavras por minuto, dando assim um incremento de 40 e 130 por cento".
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