Consciência filosófica e a consciência científica



A partir do século XVII (1601-1700 d.c), nova alteração ocorre no mundo ocidental, a partir do continente europeu. Começa nova era em que tanto a organização do trabalho como o conhecimento sofrem modificações. O ser humano deixa de apenas explicar ou ques­tionar racionalmente a natureza, para se preocupar com a questão de como utilizá-la melhor. Nasce assim a ciência, um modo de interpretar o mundo com fins técnicos; pois agora não se trata apenas de entender a raiz das coisas, o importante consiste em saber usar melhor a natureza para nosso maior progresso e conforto. Na Grécia Antiga (± 300 a.C.), o filósofo se perguntava o porquê da existência das coisas; o cientista do século XVII se pergunta como utilizar melhor as coisas.
Com essa alteração, o conhecimento, informação sobre o mundo, se torna muito grande, surgem novos inventos como o telescópio, a bússola, o microscópio, balanças de precisão. Por fim, o próprio conhe­cimento se fragmenta; ao contrário do filósofo, que se preocupa com a totalidade do saber, o cientista se torna o especialista de um só aspecto desse conhecimento. Nascem as ciências particulares: a biolo­gia, que estuda os seres vivos; a química, que estuda as substâncias dos elementos; a física, que se preocupa com o movimento dos ele­mentos; a história, que estuda o desenvolvimento das relações sociais; a geografia, que estuda a ocupação humana do espaço, e assim por diante.

Essa divisão vem de que a ciência esteja preocupada em entender a natureza com muito rigor: é a busca de um conhecimento exato sobre a realidade para que se possa agir sobre ela, tirando-se o máximo proveito. A ciência dá origem a urna linguagem objetiva, que tenta evitar ao máximo as idéias e conclusões ambíguas e, com isso, teremos as pesquisas seguindo um método rigoroso através dessas etapas:

1. Observação dos fatos, que dá origem a urna hipótese (pergunta cuja resposta exigea investigação do cientista).


2. Decomposição dos fatos em partes (análise), que dá origem à experimentação (atividade prática que visa verificar a hipótese).


3. A reordenação dos fatos (síntese), que dá origem às leis da ciência (é a hipótese confirmada e generalizada para explicar outros fatos semelhantes).


Para exemplificar, observemos as palavras de Otaviano Pereira, que narra as etapas citadas anteriormente no caso específico da in­venção da vacina contra a varíola, desenvolvida na Inglaterra por um cientista chamado Jenner:

1. "MOMENTO DA OBSERVAÇÃO: Jenner observou que num rebanho de vacas atacadas pela varíola, as que já haviam sofrido an­teriormente a varíola branca (varicela) se salvaram, ao passo que as outras morriam. Por quê'! Por que as vacas atacadas com varicela não pegam varíola?

2. HIPÓTESE: surgiu-lhe a idéia de relacionar os dois tempos da doença. Desconfiou que algo se formava no organismo das vacas após a primeira enfermidade. Presumiu que provavelmente o organis­mo do animal proporciona urna defesa, urna imunização natural (hoje chamamos de anticorpos).

3. EXPERIMENTAÇÃO: Jenner imaginou que poderia testar uma imunização artificial, inoculando no organismo do animal germens da doença, apenas de forma débil. É o momento da prática da aplicação da "vacina". Ao extrair um pouco da matéria contaminada das vacas doentes e injetando em vacas sãs. Estas então sofriam apenas levemente de varíola e, após curadas, ficavam imunizadas contra a doença.

4. GENERALIZAÇÃO OU LEI: aí Jenner conclui que os ger­mens patógenos (isto é, que produzem a doença) injetados nas vacas sãs provocam, no seu organismo, a produção de anticorpos que com­batiam qualquer gérmen da doença, isto passa então a ter validade para todos os casos".

Conclui-se que o estudo aprofundado de urna realidade qualquer, para ser considerado corno ciência, precisa seguir inicialmente as etapas citadas: observação, hipótese, experimentação e lei. Um conjunto de leis dá origem a uma teoria e várias teorias formam uma doutrina científica.

Um dos primeiros cientistas do século XVII a seguir esse método foi Galileu Galilei (1564-1642), que conseguiu, entre outras coisas, estabelecer a lei da queda dos corpos, medir o espaço e o tempo que um corpo usa para atingir um plano e ainda confirmou que o nosso sistema solar é heliocêntrico, isto é, a Terra e demais planetas giram em torno do Sol.
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