Investigações de habilidade de estudar entre estudantes



Indicar normas de estudo baseadas apenas na própria experiência  e no bom senso ou por julgamento de valor, não é atitude científica e, tal­vez, não seja correto. O caminho apontado é o da investigação: propor - observar - experimentar - analisar e tirar as conclusões.
 Hoje, mais do que em qualquer época da história, somos muito exigentes em maté­ria de soluções; desejamos comprovação. O problema do estudo eficien­te poderia ser resolvido cientificamente de duas maneiras: pelo método experimental ou por meio de uma pesquisa de campo, do tipo "survey". No primeiro caso, a partir de uma teoria geral com fundamentação psi­cológica e pedagógica de um levantamento exploratório dos elementos­do problema e mediante intuição, poderíamos realizar uma série de pes­quisas, com grupos experimental e de controle. Obteríamos, sem dúvida, conclusões mais seguras. Mas seria um processo longo e por demais dispendioso. No segundo caso, utilizando as técnicas da amostragem, faríamos o levantamento, a descrição e a interpretação das várias habili­dades que os estudantes usam na situação de estudo (leitura, assistência e aulas, exames, anotações etc.), tendo o cuidado de controlar variáveis como: idade - sexo - nível de escolaridade - grau  de aproveitamento - nível de inteligência - situação sócio-econômica. Os resultados do "survey" seriam confrontados. As técnicas adotadas, com maior percen­tagem, pelos estudantes de mais alto nível de sucesso seriam considera­das "habilidades" recomendáveis. Como se vê, este procedimento se ba­seia numa hipótese de trabalho: - "se os melhores as usam, devem ser as mais indicadas".

De acordo com este segundo modelo já foram feitas muitas pes­quisas a respeito das vantagens dos chamados "métodos do estudo eficiente".

Sendo de interesse, apresentaremos breve relato de algumas delas.

Maiores detalhes podem ser fornecidos pela bibliografia indicada. Qua­se todas foram realizadas através de questionários, entrevistas e acompanhamento. Aproveitamos parte do levantamento de pesquisas publica­das que KELLY conseguiu efetivar e divulgar em sua "Psicologia Educa­cional" (22, cap. XIX)·.

CHARTERS, por exemplo, constatou que, entre 258 alunas pré-uni­versitárias, menos da metade usava de processo eficiente para preparar suas tarefas (8: p. 41-8).

BUTTERWECK chegou à conclusão de que, em um grupo de pri­meiranistas universitários, menos de 25% usava dos métodos necessários para um estudo inteligente (6: p. 66-76).

CUFF, mediante um questionário de 75 itens, investigou as ativida­des de estudo de 1.250 alunos, de vários graus, chegando à seguinte con­clusão:

"As médias dos resultados dos diferentes grupos não revelam di­ferenças progressistas, nem dignas de confiança. Isto parece indicar que os hábitos de estudo se formam cedo, resultando do método de ensaio-­ e-erro, ou de outro fator seletivo ou fixativo e que, daí por diante, os ve­tores tendem a permanecer constantes, a não ser que um programa pla­nejado por professores atentos produza modificações" (9: p. 295-301).

C. B. WILSON, em investigação feita entre alunos de curso secun­dário, verificou que os alunos pouco progridem em matéria de técnica de estudo, durante os anos de ginásio e Colégio (37: 362-3).

CAMDEN observou um pequeno progresso, estatisticamente insig­nificante, na aquisição de técnicas de estudo à proporção que os alunos avançam nos dois últimos anos (7).

EURICH, usando uma escala de 100 itens para verificar se os "bons alunos" obteriam um número de pontos sensivelmente superior ao dos alunos medíocres, em níveis ginasial e pré-universitário, constatou parti­cularmente que:

a) - Os resultados revelaram uma notável semelhança entre os dois grupos, i. e., pelas respostas aos 100 itens, ambos os grupos empregavam as mesmas técnicas.

b) Uma análise minuciosa da escala indicou que dos 100 itens, apenas em 4 é que se diferenciavam claramente (14: p. 577-91).

ROSS e KLEISE, em pesquisas feitas sobre alunos de nível supe­rior, chegaram à conclusão de que "os inteligentes e os não inteligentes usam as mesmas técnicas de estudo e que o grupo mais capaz alcança êxito, porque usa com habilidade o método, usado inadequadamente ou indiferentemente pelos que não obtêm o mesmo sucesso" (32: p. 551-62).

MILLS afirma. que, na opinião de professores e diretores de esco­las secundárias, há uma diferença nítida e real entre os hábitos de estu­do a as necessidades dos alunos brilhantes e dos médios (26: p. 619-24).

Numa outra investigação MILLS, ECKERT e WILLIAMS descobri­ram que os bom alunos de nível secundário possuem hábitos de estudo diferentes dos alunos medíocres, principalmente no que diz respeito às técnicas, envolvendo melhor disposição para o estudo, ou seja, "esforço, curiosidade, perseverança e bom senso" (25: p. 155-61).
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