Você sabe que é síndrome metabólica? Se a resposta for não, nada de grave. Afinal, tem muito médico que mal ouviu falar no assunto. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) conversou com 250 profissionais em cinco capitais brasileiras, todos formados há mais de 25 anos, e constatou que só 52% deles conhecem a combinação de alterações que facilita - e muito - o aparecimento do diabete tipo 2 e de doenças cardiovasculares.
"Ainda há muito o que aprender sobre o quadro que está se tornando um problema de saúde mundial", admitiu o endocrinologista Alfredo Halpern, chefe do grupo de obesidade do Hospital das Clínicas da capital paulista. Em busca de respostas, especialistas de vários países têm se reunido para debater o tema, exatamente como aconteceu no 10º Simpósio de Síndrome Metabólica para Clínicos, que a SBD realizou em dezembro, em São Paulo.
COMO UM ICEBERG
Gordura visceral, tríglícérides e pressão arterial nas alturas, baixos níveis do bom colesterol e glícemia alterada são a ponta visível de toda a encrenca. Na base, submerso, o perigo que pode afetar órgãos vitais:
Triglicerídes altos;
Hipertensão;
Gordura visceral;
Glicemia alterada;
Bom colesterol baixo.
Duas vezes mais riscos de doença cardiovascular, infarto derrame. Esse é o prognóstico para quem tem pelo menos três das disfunções que compôemo quadro. Em caso de diabete, o perigo aumenta.
O doblo de probabilidades de não sobreviver a uma cirurgia de revascularização miocádica. Eis a ameaça que ronda as vítimas da síndrome, segundo o Instituto do Coraçõa do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Risco aumentado de desenvolvimento da doença coronariana, que pode levar ao infarto. A complicação é consequência imediata da obesidade abdominal, principal componente desse mix de problemas.
44% dos que apresentam a síndrome têm entre 60 e 69 anos de idade. Os mais jovens também são afetados. Estima-se que 8% dos portadores estejam na faixa dos 20 aos 29 anos.
A gordura abdominal é a responsável direta pela resistência à insulina - ao mesmo tempo causa e conseqüência da síndrome metabólica - e está diretamente ligada ao infarto. O problema é o ponto de corte proposto pelos dois consensos internacionais (veja abaixo). "A medida da cintura varia muito de raça para raça, o que dificulta o diagnóstico", argumentou o cardiologista Sérgio Ferreira de Oliveira, do Instituto do Coração, em São Paulo. Ele observou ainda que deveriam ser considerados os níveis de glicose colhidos duas horas após a ingestão de açúcar. "Esse tipo de glicemia, quando alterada, também eleva os riscos de mortalidade."
Converse com seu médico
Para diagnosticar a síndrome, ele deve medir a circunferênda abdominal, verificar peso, altura e pressão arterial e examinar a pele do pescoço, além das dobras cutâneas. Entre os exames laboratoriaís, glicemia de jejum, a dosagem do HDL e dos triglicérides são obrigatórios. Para uma avaliação mais completa, o médico pode pedir eletrocardiograma, colesterol total, creatinina, ácido úrico, microalbuminúria, proteína C reativa, glicemia após duas horas de ingestão de carga de dextrosol e colesterol LDL. "O aumento do LDL está associado à formação de placas", disse o cardiologista Carlos de Castro Monteiro, da Universidade Federal de São Paulo.
PERIGO À VISTA
A gordura visceral aumenta as probabilidades de infarto e diabete.
Os hipertensos são mais sujeitos a lesão nos rins. Diabéticos com os outros distúrbios são três vezes mais vulneráveis a infarto e derrame.
ATORES COADJUVANTES
Apesar de não integrarem a lista dos cinco principais critérios diagnósticos para a síndrome metabólica, outros sintomas podem estar muito próximos dela. O cardiologista Marcelo Bertolami, diretor clínico do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo, destacou alguns: síndrome dos ovários policísticos, Acanthosís nigrícans - nome científico das manchas escuras que aparecem nas dobras cutâneas, principalmente nas axilas -, microalbuminúria, ou perda de proteínas por meio da urina, inflamação da parede arterial e elevados níveis de ácido úrico no sangue.
RISCO PRECOCE
Um estudo realizado recentemente no ambulatório de obesidade infantil do Hospital das Clínicas de São Paulo revelou que a tendência à resistência à insulina e ao diabete tipo 2 começa bem mais cedo do que se imagina. "Quanto maior o índice de massa corporal das crianças incluídas na pesquisa, maiores também as taxas que refletem a disfunção no metabolismo da glicose", disse o endocrinologista Márcio Mancini, integrante do grupo de obesidade e síndrome metabólica do HC e membro da SBD.
Aposte na boa alimentação e nos exercícios
Estudos confirmam que essa velha dobradinha é mais eficaz do que medicamentos na prevenção do diabete tipo 2, uma das principais conseqüências da síndrome metabólica. O endocrinologista Marcos Tambasda, chefe da disciplina de endocrinologia na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, citou uma pesquisa americana segundo a qual mudanças no estilo de vida da população de risco - leia-se obesos, sedentários e pessoas com glicemia alta e familiares diabéticos - reduziram a incidência da encrenca em 58%. Já entre os pacientes tratados com o fármaco metformina, a diminuição de casos foi da ordem de 31%. Isso graças sobretudo, à redução do peso - entre 5% e 7% -, o suficiente para barrar até mesmo riscos cardiovasculares. Outros trabalhos têm demonstrado também que o emagrecimento, sobretudo na região abdominal, não melhora apenas a resistência à insulina. Ele ajuda a reduzir a pressão arterial e os níveis de triglicérides, além de aumentar o HDL, o bom colesterol.
Guia da boa alimentação
Inclua na dieta mais frutas, hortaliças, leguminosas e cereais integrais, que têm baixo índice glicêmico e muitas fibras. Fuja das gorduras saturadas e da hidrogenada, também conhecida como trans. Já as insaturadas, como o azeite de oliva, e o ômega-3, encontrado nos peixes, têm passe livre.
Diminua a quantidade de açúcar e sal. Capriche nas proteínas, mas prefira carnes magras, leite e iogurte desnatados.
Razões para mexer o corpo
Comidas nutritivas e pouco calóricas ajudam a perder peso com mais facilidade. Fibras favorecem o controle da g1icemia e das gorduras no sangue, além de facilitar a digestão e o emagrecimento. O ômega-3 reduz as taxas de triglicérides em diabéticos do tipo 2. Frutas, verduras e legumes são ricos em vitaminas e minerais, que melhoram o funcionamento do corpo.
A ordem é mexer o corpo
Exercite-se pelo menos 30 minutos diariamente - e nem precisa ser de uma vez. Você pode fracionar esse tempo ao longo do dia. Vale tudo - caminhar,pedalar, nadar, dançar, subir escada, lavar o carro, passear com o cachorro ...Mude seus hábitos. Que tal, por exemplo, aposentar o controle remoto? Faça exercícios com peso, mas não exagere na dose.
Por que exercício faz bem
Praticado com regularidade, aumenta o gasto energético. Por isso é fundamental no emagrecimento. A redução de gordura, em especial no abdômen, normaliza a sensibilidade à insulina e reduz as taxas de glicose no sangue, afastando o diabete. Você melhora o condicionamento cardiorrespiratório e a força muscular e põe fim ao sedentarismo - os três fatores que aumentam em até quatro vezes a incidência da síndrome metabólica.
Tratamento complementar
Embora a mudança no estilo de vida seja a melhor maneira de combater os componentes da síndrome metabólica, há casos em que é preciso entrar com medicamentos. Segundo especialistas, várias substâncias têm se mostrado eficientes no tratamento de mais de um dos fatores que compõem o quadro. O orlistat, por exemplo, que impede a absorção de 30% da gordura dos alimentos - e, portanto, leva à perda de peso -,afastou em 37% a resistência à insulina. "Já foi lançada a exenatida, que reduz a produção de glicose, eleva a secreção de insulina em resposta à ingestão de alimento e ainda estimula a saciedade", anunciou o endocrinologista João Eduardo Salles, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, em São Paulo. Outra droga muito aguardada é o rimonabant. Conforme mostram as pesquisas, ele pode aumentar a saciedade, equilibrar o gasto calórico, diminuir a formação de gorduras e a resistência à insulina.
Coquetel contra a ameaça
Instalada a síndrome metabólica, é preciso normalizar a pressão e a glicemia, diminuir o peso e equilibrar o perfil lipídico, elevando os níveis do HDL, o bom colesterol, e abaixando os de triglicérides para evitar os temidos riscos cardiovascu1ares. Nessa empreitada, há quem chegue a tomar mais de cinco medicamentos por dia. "Só para tratar a pressão alta, às vezes são necessárias duas ou três drogas, íá que estudos indicam que 75% dos hipertensos não respondem bem a um único hipotensor", disse
A combinação de drogas para tratar a síndrome metabólica deve levar em conta os riscos cardiovasculares e as características individuais do paciente Maria Teresa Zanella, professora de endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo. Em muitos casos, o perfil lipídico e a glicemia só se normalizam com a combinação de remédios. E ainda podem entrar nesse pacote me, dicamentoso substâncias para ajudar a combater a obesidade e a inflamação. O coquetel, então, deve ser escolhido a dedo para que uma droga não interfira na ação de outra.
SUBSTÂNCIA ABSOLVIDA
Responsabilizados por uma certa sobrecarga dos rins, os medicamentos diuréticos parecem ser uma boa opção para o tratamento da pressão alta. Um estudo internacional, encomendado para determinar se a escolha do tratamento inicial influencia a doença cardiovascular, mostrou, entre outras coisas, algumas vantagens em relação a drogas mais caras. "Na obesidade visceral é grande a reabsorção de cálcio em razão de um aumento da resistência à insulina", explicou a endocrinologísta Maria Teresa Zanella .
PELO BEM DO CORAÇÃO
Um motivo a mais para reduzir a gordura depositada no abdômen, entre as vísceras: "Manter a cintura na medida recomendada pelos consensos diagnósticos para a sfndrome metabólica pode reduzir em até 44% a incidência de infarto na América latina", disse Alvaro Avezum, do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. O dado faz parte de uma pesquisa internacional sobre os fatores de risco para o problema cardiovascular. Conhecido como lntemeart, o estudo demonstra que a obesidade visceral é muito mais importante do que o índice de massa corporal e sugere que a medida abdominal substitua o IMC como indicador de obesidade.
"Ainda há muito o que aprender sobre o quadro que está se tornando um problema de saúde mundial", admitiu o endocrinologista Alfredo Halpern, chefe do grupo de obesidade do Hospital das Clínicas da capital paulista. Em busca de respostas, especialistas de vários países têm se reunido para debater o tema, exatamente como aconteceu no 10º Simpósio de Síndrome Metabólica para Clínicos, que a SBD realizou em dezembro, em São Paulo.
COMO UM ICEBERG
Gordura visceral, tríglícérides e pressão arterial nas alturas, baixos níveis do bom colesterol e glícemia alterada são a ponta visível de toda a encrenca. Na base, submerso, o perigo que pode afetar órgãos vitais:
Triglicerídes altos;
Hipertensão;
Gordura visceral;
Glicemia alterada;
Bom colesterol baixo.
Duas vezes mais riscos de doença cardiovascular, infarto derrame. Esse é o prognóstico para quem tem pelo menos três das disfunções que compôemo quadro. Em caso de diabete, o perigo aumenta.
O doblo de probabilidades de não sobreviver a uma cirurgia de revascularização miocádica. Eis a ameaça que ronda as vítimas da síndrome, segundo o Instituto do Coraçõa do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Risco aumentado de desenvolvimento da doença coronariana, que pode levar ao infarto. A complicação é consequência imediata da obesidade abdominal, principal componente desse mix de problemas.
44% dos que apresentam a síndrome têm entre 60 e 69 anos de idade. Os mais jovens também são afetados. Estima-se que 8% dos portadores estejam na faixa dos 20 aos 29 anos.
Consensos em desacordo
A gordura abdominal é a responsável direta pela resistência à insulina - ao mesmo tempo causa e conseqüência da síndrome metabólica - e está diretamente ligada ao infarto. O problema é o ponto de corte proposto pelos dois consensos internacionais (veja abaixo). "A medida da cintura varia muito de raça para raça, o que dificulta o diagnóstico", argumentou o cardiologista Sérgio Ferreira de Oliveira, do Instituto do Coração, em São Paulo. Ele observou ainda que deveriam ser considerados os níveis de glicose colhidos duas horas após a ingestão de açúcar. "Esse tipo de glicemia, quando alterada, também eleva os riscos de mortalidade."
Converse com seu médico
Para diagnosticar a síndrome, ele deve medir a circunferênda abdominal, verificar peso, altura e pressão arterial e examinar a pele do pescoço, além das dobras cutâneas. Entre os exames laboratoriaís, glicemia de jejum, a dosagem do HDL e dos triglicérides são obrigatórios. Para uma avaliação mais completa, o médico pode pedir eletrocardiograma, colesterol total, creatinina, ácido úrico, microalbuminúria, proteína C reativa, glicemia após duas horas de ingestão de carga de dextrosol e colesterol LDL. "O aumento do LDL está associado à formação de placas", disse o cardiologista Carlos de Castro Monteiro, da Universidade Federal de São Paulo.
PERIGO À VISTA
A gordura visceral aumenta as probabilidades de infarto e diabete.
Os hipertensos são mais sujeitos a lesão nos rins. Diabéticos com os outros distúrbios são três vezes mais vulneráveis a infarto e derrame.
ATORES COADJUVANTES
Apesar de não integrarem a lista dos cinco principais critérios diagnósticos para a síndrome metabólica, outros sintomas podem estar muito próximos dela. O cardiologista Marcelo Bertolami, diretor clínico do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo, destacou alguns: síndrome dos ovários policísticos, Acanthosís nigrícans - nome científico das manchas escuras que aparecem nas dobras cutâneas, principalmente nas axilas -, microalbuminúria, ou perda de proteínas por meio da urina, inflamação da parede arterial e elevados níveis de ácido úrico no sangue.
RISCO PRECOCE
Um estudo realizado recentemente no ambulatório de obesidade infantil do Hospital das Clínicas de São Paulo revelou que a tendência à resistência à insulina e ao diabete tipo 2 começa bem mais cedo do que se imagina. "Quanto maior o índice de massa corporal das crianças incluídas na pesquisa, maiores também as taxas que refletem a disfunção no metabolismo da glicose", disse o endocrinologista Márcio Mancini, integrante do grupo de obesidade e síndrome metabólica do HC e membro da SBD.
Aposte na boa alimentação e nos exercícios
Estudos confirmam que essa velha dobradinha é mais eficaz do que medicamentos na prevenção do diabete tipo 2, uma das principais conseqüências da síndrome metabólica. O endocrinologista Marcos Tambasda, chefe da disciplina de endocrinologia na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, citou uma pesquisa americana segundo a qual mudanças no estilo de vida da população de risco - leia-se obesos, sedentários e pessoas com glicemia alta e familiares diabéticos - reduziram a incidência da encrenca em 58%. Já entre os pacientes tratados com o fármaco metformina, a diminuição de casos foi da ordem de 31%. Isso graças sobretudo, à redução do peso - entre 5% e 7% -, o suficiente para barrar até mesmo riscos cardiovasculares. Outros trabalhos têm demonstrado também que o emagrecimento, sobretudo na região abdominal, não melhora apenas a resistência à insulina. Ele ajuda a reduzir a pressão arterial e os níveis de triglicérides, além de aumentar o HDL, o bom colesterol.
Guia da boa alimentação
Inclua na dieta mais frutas, hortaliças, leguminosas e cereais integrais, que têm baixo índice glicêmico e muitas fibras. Fuja das gorduras saturadas e da hidrogenada, também conhecida como trans. Já as insaturadas, como o azeite de oliva, e o ômega-3, encontrado nos peixes, têm passe livre.
Diminua a quantidade de açúcar e sal. Capriche nas proteínas, mas prefira carnes magras, leite e iogurte desnatados.
Razões para mexer o corpo
Comidas nutritivas e pouco calóricas ajudam a perder peso com mais facilidade. Fibras favorecem o controle da g1icemia e das gorduras no sangue, além de facilitar a digestão e o emagrecimento. O ômega-3 reduz as taxas de triglicérides em diabéticos do tipo 2. Frutas, verduras e legumes são ricos em vitaminas e minerais, que melhoram o funcionamento do corpo.
A ordem é mexer o corpo
Exercite-se pelo menos 30 minutos diariamente - e nem precisa ser de uma vez. Você pode fracionar esse tempo ao longo do dia. Vale tudo - caminhar,pedalar, nadar, dançar, subir escada, lavar o carro, passear com o cachorro ...Mude seus hábitos. Que tal, por exemplo, aposentar o controle remoto? Faça exercícios com peso, mas não exagere na dose.
Por que exercício faz bem
Praticado com regularidade, aumenta o gasto energético. Por isso é fundamental no emagrecimento. A redução de gordura, em especial no abdômen, normaliza a sensibilidade à insulina e reduz as taxas de glicose no sangue, afastando o diabete. Você melhora o condicionamento cardiorrespiratório e a força muscular e põe fim ao sedentarismo - os três fatores que aumentam em até quatro vezes a incidência da síndrome metabólica.
Tratamento complementar
Embora a mudança no estilo de vida seja a melhor maneira de combater os componentes da síndrome metabólica, há casos em que é preciso entrar com medicamentos. Segundo especialistas, várias substâncias têm se mostrado eficientes no tratamento de mais de um dos fatores que compõem o quadro. O orlistat, por exemplo, que impede a absorção de 30% da gordura dos alimentos - e, portanto, leva à perda de peso -,afastou em 37% a resistência à insulina. "Já foi lançada a exenatida, que reduz a produção de glicose, eleva a secreção de insulina em resposta à ingestão de alimento e ainda estimula a saciedade", anunciou o endocrinologista João Eduardo Salles, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, em São Paulo. Outra droga muito aguardada é o rimonabant. Conforme mostram as pesquisas, ele pode aumentar a saciedade, equilibrar o gasto calórico, diminuir a formação de gorduras e a resistência à insulina.
Coquetel contra a ameaça
Instalada a síndrome metabólica, é preciso normalizar a pressão e a glicemia, diminuir o peso e equilibrar o perfil lipídico, elevando os níveis do HDL, o bom colesterol, e abaixando os de triglicérides para evitar os temidos riscos cardiovascu1ares. Nessa empreitada, há quem chegue a tomar mais de cinco medicamentos por dia. "Só para tratar a pressão alta, às vezes são necessárias duas ou três drogas, íá que estudos indicam que 75% dos hipertensos não respondem bem a um único hipotensor", disse
A combinação de drogas para tratar a síndrome metabólica deve levar em conta os riscos cardiovasculares e as características individuais do paciente Maria Teresa Zanella, professora de endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo. Em muitos casos, o perfil lipídico e a glicemia só se normalizam com a combinação de remédios. E ainda podem entrar nesse pacote me, dicamentoso substâncias para ajudar a combater a obesidade e a inflamação. O coquetel, então, deve ser escolhido a dedo para que uma droga não interfira na ação de outra.
SUBSTÂNCIA ABSOLVIDA
Responsabilizados por uma certa sobrecarga dos rins, os medicamentos diuréticos parecem ser uma boa opção para o tratamento da pressão alta. Um estudo internacional, encomendado para determinar se a escolha do tratamento inicial influencia a doença cardiovascular, mostrou, entre outras coisas, algumas vantagens em relação a drogas mais caras. "Na obesidade visceral é grande a reabsorção de cálcio em razão de um aumento da resistência à insulina", explicou a endocrinologísta Maria Teresa Zanella .
PELO BEM DO CORAÇÃO
Um motivo a mais para reduzir a gordura depositada no abdômen, entre as vísceras: "Manter a cintura na medida recomendada pelos consensos diagnósticos para a sfndrome metabólica pode reduzir em até 44% a incidência de infarto na América latina", disse Alvaro Avezum, do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. O dado faz parte de uma pesquisa internacional sobre os fatores de risco para o problema cardiovascular. Conhecido como lntemeart, o estudo demonstra que a obesidade visceral é muito mais importante do que o índice de massa corporal e sugere que a medida abdominal substitua o IMC como indicador de obesidade.
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