Diferença entre artrite e artrose: onde ataca mais, e como tratar?



A artrose, também conhecida como desgaste das articulações do corpo humano, afeta o dia a dia de mi­lhões de indivíduos. Dentre as articulações mais prejudicadas, as do quadril e do joe­lho são as que mais alteram a independên­cia das pessoas, fazendo-as perder a auto­nomia, tanto para as atividades do cotidia­no como para as atividades esportivas.

No entanto, o retorno precoce às ativi­dades e à rotina vem avançando rapida­mente com as cirurgias ortopédicas, que vão desde as minimamente invasivas até as próteses, quando as cirurgias fazem-se necessárias para o tratamento das formas mais graves da doença.

"Protocolos de reabilitação acelerados utilizados por fisioterapeutas, o aprimora­mento das técnicas cirúrgicas e a tecnolo­gia em novos instrumentos e implantes resultam numa diminuição considerável do tempo para a retomada das atividades dos pacientes submetidos à maioria das cirurgias ortopédicas realizadas atual­mente", afirma o médico ortopedista Dr. Mark Deeke, que atua no tratamento das patologias do quadril e joelho.

De acordo com o especialista, um bom exemplo disso é a possibilidade de cami­nhar no dia seguinte dos pacientes subme­tidos às cirurgias de próteses, tanto de joe­lho quanto de quadril, situação diferente dos anos 70, em que se ficava acamado por muitos dias. "Os avanços no controle da dor do pós-operatório, pelo trabalho dos anestesistas, também facilitou a movi­mentação da região operada e a velocida­de da reintegração dos indivíduos as suas funções diárias", acentua Dr. Mark.

A conjunção destes diversos fatores e os avanços contínuos da medicina resga­taram a independência dos pacientes e aceleraram a melhora da sua qualidade de vida, muitas vezes perdida pelas le­sões incapacitantes que se formaram com o passar do tempo. "A possibili­dade da realização de atividades como dançar, caminhar nos parques sem sentir dor ou até realizar algumas atividades esportivas, como o tênis e a hidroginástica, motivam, especialmente, os pacientes que buscam hoje os tratamentos da ar­trose", finaliza o médico.

Evolução dos implantes de quadril e joelho

Atualmente, os avanços da medicina para a artrose propiciam diagnóstico pre­coce em pessoas que têm pré-disposição para a progressão da doença, possibili­tando a mudança de hábitos de vida, que retardam o processo de degeneração da cartilagem. Oferecem ainda técnicas ci­rúrgicas que vão desde aquelas com pe­quenas cicatrizes até a reabilitação acele­rada com utilização de próteses - seg­mento em constante evolução.

Na última década, os implantes de quadril e joelho vêm ganhando muito destaque pela alta durabilidade, que é superior a 15 anos. O importante é sem­pre buscar um profissional de confiança para definir qual o melhor procedimento naquela fase da doença e se há necessi­dade cirúrgica. "A prótese, por exemplo, é um método eficaz e seguro para os ca­sos avançados de artrose do quadril e jo­elho", explica Dr. Mark Deeke.

Diferença entre artrite e artrose

Confundir artrite e artrose é um erro muito freqüente. Já perdi a conta de quantas pessoas me disseram que têm artrite quando na verdade têm artrose e vice-versa. Só que essas doenças, apesar de terem as articulações como alvo, têm cursos - e conseqüentemente tratamentos - diversificados.

Existem vários tipos de artrite. O tipo comumente confundido com a artrose é a artrite reumatóide. Essa é uma doença caracterizada por uma inflamação crônica das articulações e de suas estruturas vizinhas, e tem evolução progressiva, com comprometimento do estado geral do paciente. São várias as hipóteses que tentam explicar sua causa, mas nenhuma ainda comprovada. O que se sabe é que essa é uma doença auto-imune (as células de defesa do corpo agem contra suas próprias células). Afeta mais as mulheres do que os homens, numa proporção de 3 para 1, e a idade de surgimento mais freqüente é entre os 30 e 50 anos - existe, contudo, uma variante de artrite reumatóide, conhecida como artrite reumatóide juvenil, cujas primeiras manifestações aparecem antes dos 16 anos, mas sua freqüência é muito menor do que a dos adultos.

A artrose, por sua vez, também é uma doença crônica das articulações, que caracteriza-se pela degeneração progressiva das articulações e pela dor provocada. A diferença é que essa doença não compromete o estado geral da pessoa - produzindo abatimento, cansaço e perda de peso - e a dor é mecânica, ou seja, é mais intensa após a utilização da articulação. Desconhece-se o mecanismo exato, ainda que se aceite uma série de fatores que favorecem o surgimento dessa doença. Entre esses fatores estão: obesidade, alterações congênitas da coluna vertebral ou de outras articulações, traumatismos repetidos de uma mesma articulação. Acredita-se que um número reduzido de casos têm como causa fatores hereditários.

Tratando-se de uma afecção degenerativa, surge por volta dos 50 anos, idade em que as articulações começam a apresentar sinais de desgaste e envelhecimento. Assim como a artrite, afeta mais as mulheres e essa maior incidência parece ter relação com a constituição óssea e endócrina feminina. No entanto, essa relação não pode ser demonstrada claramente.

Na artrite, as articulações mais afetadas são as do punho, dedos e tornozelos, mas com a evolução da doença, todas as articulações do corpo podem ser atingidas. Usualmente, o comprometimento das articulações é simétrico, ou seja, ocorre de ambos os lados do corpo. Uma característica da artrite reumatóide é a rigidez matinal. Após uma noite de sono, os pacientes amanhecem com importante dificuldade para movimentar as articulações, que pode persistir por mais de 1 hora. Nos casos mais graves a rigidez matinal só apresenta um alívio parcial com o passar do dia, permanecendo dor e limitação de movimentos. Enquanto a inflamação se limita à membrana articular, a articulação aparece inchada, vermelha e tumefata. À medida que o processo inflamatório avança, vai deformando-se progressivamente até converter-se numa estrutura inválida completa.

Na artrose, as articulações mais atingidas são em geral as que suportam mais força ou as que sofrem maior desgaste, e também as articulações interfalangianas distais (as das pontas dos dedos) das mãos. Na coluna vertebral, atinge o pescoço e a região lombar. A artrose cervical é comum em mulheres na menopausa, produz dor de cabeça, rigidez de nuca, formigamento nos braços, etc. A artrose lombar gera dor ao agachar-se e levantar-se e produz dor ciática. A artrose dos joelhos também é freqüente em mulheres na menopausa e quase sempre em obesas. A dor manifesta-se ao começar a usar a articulação.

No começo da doença, a cartilagem começa a sofrer uma espécie de erosão. Depois continua desgastando-se e perdendo progressivamente sua capacidade de amortecer o contato entre as estruturas articulares. Paralelamente, costuma-se produzir uma calcificação na cartilagem, que favorece a formação de condensações ósseas, como por exemplo os chamados bicos-de-papagaio, que aparecem na artrose da coluna vertebral. Em alguns casos, a artrose pode atingir várias articulações ao mesmo tempo (poliartrose), e nesses casos torna-se mais difícil a diferenciação entre essa doença e a artrite reumática.

Como dito antes, a artrite reumatóide compromete o estado geral do indivíduo. Outra particularidade é sua capacidade de atingir outros órgãos como o coração, o fígado, os pulmões, os rins, as artérias e o sistema nervoso periférico. É bastante freqüente o surgimento de nódulos, pequenas inchações localizadas no tecido subcutâneo, que invadem e destróem a cartilagem e podem afetar esses órgãos antes mencionados.

Na artrite, a dor é o principal sintoma e sua intensidade depende do grau de inflamação articular. No início, pode aparecer somente ao realizar-se movimentos ou ao pressionar a articulação afetada, mas à medida que a doença progride, a dor manifesta-se em repouso e acompanhada de atrofia muscular. Outros sintomas são a perda de apetite e de peso, e muitas vezes um pouco de febre. No caso da doença estender-se a outros órgãos, a sintomatologia é muito mais variada, a depender do órgão afetado.

Na artrose, ainda que quase todas as pessoas de idade senil sofram de alterações artrósicas mais ou menos evidentes, apenas um número reduzido destas apresentam sintomas clínicos de artrose. O principal sintoma é a dor que se localiza nas articulações atingidas. No início só se produz ao forçar a articulação, mas com a progressão do caso, aparece ao realizar movimentos normais e acentua-se com o repouso.

Para a artrite, infelizmente, não existem formas de prevenção. Já para a artrose, uma dieta balanceada e sem excesso de gorduras, para evitar o sobrepeso, e o exercício físico sistemático são métodos bastante valiosos.


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