Era uma vez um menino franzino sem medo de ser feliz



Era uma vez um menino franzino que, desde o jardim da infância, se acostumou a ser o saco de pancadas na escola. Era só o clima esquentar e os grandalhões partiam para cima dele. Assim, ele acabou se acostumando ao seu destino.

De repente, sem que ninguém soubesse como nem por quê, houve uma longa temporada de calmaria na escola. Nada de brigas, só festa.

Como tudo que é bom um dia termina, a calmaria passou e os ânimos começaram a ferver novamente. O menino já foi se encolhendo, pronto para a tradicional surra. Sentia a dor antes mesmo que o tocassem.
Desta vez, para sua imensa surpresa, ninguém quis se meter com ele. Os grandalhões até olharam para ele, mas preferiram bulir com outros grandões a se meter com ele. Nosso menino adorou, mas não entendeu o que acontecia e continua até hoje com medo que na próxima briga vá sobrar para ele, como no passado.

Ele não percebeu é que, durante o período de tranquilidade, sua madrasta o havia alimentado de forma especialmente nutritiva, o que, somado aos exercícios que ele vinha fazendo há tempos, o deixara forte e musculoso. Enquanto isso, os grandalhões, depois de muito tempo desfrutando do poder que tinham na escola, ficaram acomodados, preguiçosos, engordaram e perderam agilidade.

Este menino se chama Brasil. Sua madrasta tem nome, China. Sua alimentação foram as exportações; os exercícios, a estabilização da economia e ajustes fiscais posteriores ao Plano Real. Os grandalhões são os países ricos e, como você já deve imaginar, as brigas nesta escola chamada mundo são as crises econômicas.

Com superávit comercial, reservas internacionais superiores a US$ 200 bilhões, um dos menores déficits fiscais do planeta e sem bolha imobiliária, excesso de consumo ou fragilidades latentes em seu setor financeiro, o Brasil tem hoje uma das economias mais sólidas do mundo. O interessante é que poucos brasileiros conseguem acreditar nisso.

Duas décadas e meia de péssimo desempenho econômico entre o final dos anos 1970 e 2003, quando o crescimento médio da economia brasileira não passou de ínfimos 2,3% ao ano, transformaram o país do futuro no país da descrença.

A geração perdida - afinal, 25 anos correspondem a toda uma geração, não apenas a uma década, como costumamos nos referir à década de 1980 - deixou de ter a capacidade de acreditar que o país possa dar certo.

Sem perceber que a entrada da China na Organização Mundial do Comércio em 2001 alterou completamente a ordem econômica mundial a nosso favor - elevando a demanda e o preço das commodities que produzimos e exportamos e reduzindo a inflação e as taxas de juros mundiais, oferecendo-nos capital barato para financiarmos nosso crescimento -, não acreditamos que um país onde ainda reinam corrupção, má educação e infraestrutura sofrível possa dar certo.

Esta descrença molda a economia brasileira e o perigo é se tornar uma profecia autorrealizável. Decisões econômicas de empresários e do governo têm sido pautadas pelo Brasil que não dá certo.
Exemplo: toda a regulamentação cambial foi feita para evitar fuga de dólares do País em meio a crises, porém a situação que vivemos nos últimos anos é oposta: abundância - segundo alguns, excesso - de divisas estrangeiras, e não falta delas.

Sorte não é destino. Claro que é preciso fazermos a nossa parte. Para começar, devemos perder o medo de ser felizes.

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4 comentários :

Iúri disse... [Responder comentário]

Na verdade, o menino franzino só tomou anabolizantes. Ficou forte e vistoso pra quem olha de fora, mas por dentro está apenas inflamando os músculos e apodrecendo aos poucos.
O Brasil tem um ótimo cenário no exterior, mas a desigualdade social não têm diminuído. A pobreza ainda aflige uma parcela enorme da população, fome, miséria e doenças que já deveriam ter sido erradicadas, como tuberculose e hanseníase, ainda matam. Crianças morrem de cólera.
A educação também é precária e o povo cresce analfabeto politica e socialmente... os que lideram, lideram para si e não para o coletivo, roubam descaradamente e fazem da política uma palhaçada.

Anabolizantes podem te deixar fortão e intimidar, mas a força que vc aparente, vc não tem... e com o tempo vc apodrece de dentro pra fora.

Elizeu Timóteo Pereira disse... [Responder comentário]

Olá Iuri, boa noite!

Concordo contigo, o país melhorou em alguns aspectos, mas ainda é extremamente desigual a distribuição de renda, a educação é horrível e a saúde é um abandono. O Brasil precisa melhorar em muitas áreas para melhorar a vida do nosso povo!

Abraço e obigado por comentar!

adrianonascimento disse... [Responder comentário]

O problema do Brasil são os Governantes, enquanto eles dormem, o Brasil cresce..o que acho desse momento e que estamos perdendo o momento para desenvolver tecnologicamente...diferente da china ou coreia...o Brasil não tem uma marca, de reconhecimento internacional...acho que o pais está com muito capital estrangeiro interessado no consumidor local, do que progresso no pais, quando esse mercado não for mais interessante o que será do país, ficaria dependente ou nas mãos de empresas estrangeiras que são donas dessa tecnologia??????

Elizeu Timóteo Pereira disse... [Responder comentário]

Olá, boa noite Adriano!

Concordo contigo que há muitos governntes que realmente dormem. Por outro lado, há muitos que nem dorme direito pensando em maneiras de se prevalecerem do nosso dinheiro. Infelizmente, nosso país ainda está realmente muito atrasado tecnologicamente, ainda consumimos as principais tecnologias oriundas de outros países! O interesse dos investidores em nosso país, é se aproveitar da mão de obra barata assim como é na China e em outros países emergentes.

Obrigado amigo por comentar, e volte sempre!

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