O que é menarca precoce?



O tormento que inferniza a vida de três em cada quatro mulheres parece ter a ver com a idade da primeira menstruação segundo um estudo gaúcho. A descoberta pode dar um empurrão em outras pesquisas que buscam elucidar os muitos mistérios que ainda cercam o problema.
Toda adolescente, cedo ou tarde, passa pela fase em que o corpo muda para ingressar na fase reprodu­tiva. Bem, umas mais cedo do que outras. "Não se sabe exatamente o porquê, mas algumas meninas aca­bam menstruando aos 9, 10, 11 anos", conta o ginecologista Rosires Pereira, que também é professor de reprodução humana na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. E aí, com a infância atropelada, elas se veem obrigadas a lidar com as pri­meiras cólicas, os primeiros absor­ventes e, como se não bastasse, têm que entender rapidinho o que é, afi­nal, o ciclo menstrual. Convenhamos: para a garota, encarar tanta novidade quando ainda não está preparada para viver na pele o impacto das transfor­mações dessa etapa não é nada fácil. "A menstruação implica pensar em uma série de questões que envolvem a sexualidade, a prevenção da gravidez e até mesmo a maternidade precoce", diz Celene Longo, a ginecologista gaúcha que investigou o elo entre a idade da menarca e a TPM para a sua tese de doutorado na Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul. "Estou convicta de que os aspectos emocionais ligados a essas preo­cupações explicam a associação entre a menarca e a tensão pré-menstrual", assegura a médica.

Para a sua pesquisa, Celene acompa­nhou cerca de 2 mil mulheres nascidas em 1982 e constatou que 75% delas penavam com a TPM. Todas respon­deram a questionários que avaliavam como se sentiam no período pré-mens­trual, quais os sintomas mais recorren­tes e a intensidade deles. "Aquelas que tiveram a menarca antes dos 11 anos choravam à toa de três a quatro dias antes do início do ciclo e apresentavam sinais muito acentuados de irritabili­dade, ansiedade, tensão e depressão", descreve a especialista. Em termos estatísti­cos, esses números não são lá muito expressivos, como reconhece a própria pesquisadora. "Por outro lado, é a primei­ra vez que essa relação foi investigada, e a expectativa é que os resultados positivos sirvam de incenti­vo a novos estu­dos", diz.
 
São mais de 150 os sintomas físicos e emocionais que alertam para a pro­ximidade da menstruação - e que podem tornar irascíveis até mesmo as mais tranquilas das criaturas. Muitas mulheres, por ignorarem muitos des­ses sinais, não notam o que está acon­tecendo com elas. Não raro, são paren­tes ou colegas de trabalho que cha­mam a atenção para a instabilidade de humor. Se o turbilhão de sentimentos à flor da pele afeta a rotina, não é bom deixá-los de lado e esperar que tudo volte ao normal. "Esses casos exigem uma boa conversa com o ginecologis­ta", afirma Rosires Pereira.

Hoje, o arsenal anti-TPM inclui vita­minas, contraceptivos e dispositivos intrauterinos. Mas eles não passarão de meros paliativos se você não tiver bons hábitos. "Antes de cogitar um tra­tamento medicamentoso, vale praticar exercícios físicos, fazer ioga, meditar ou apostar em outra técnica de rela­xamento, dormir bem e comer com equilíbrio, sempre reservando parte do seu tempo para o lazer", recomenda Rogério Ciarcia, ginecologista e dire­tor do Femme Laboratório da Mulher, em São Paulo. Tudo isso reforça os alicerces da qualidade de vida e pode até afastar a gangorra de emoções que, mês após mês, sobe e desce.

SERÁ QUE EU TENHO?

A TPM engloba um pouco mais de 150 sintomas. Mas, claro nenhuma mulher tem todos eles. Estes são os mais comuns:

- Irritabilidade
- Choro fácil
- Estresse
- Inchaço
- Dores musculares
- Dor de cabeça
- Depressão

ALIADOS DAS MULHERES

Conheça o pelotão que combate a inimiga número 1 das mulheres

» ANTI-INFLAMATÓRIOS E DIURÉTlCOS: indicados por médicos, em alguns casos mais graves eles aliviam as cólicas e combatem a retenção de líquidos, duas queixas frequentes no período pré-menstrual.

» CONTRACEPTIVOS ORAIS: mantêm o ciclo menstrual regular, suavizando as oscilações hormonais que desencadeiam os sintomas da tensão pré-menstrual. Também diminuem as cólicas.

» A DROSPIRENONA, um hormônio sintético presente em uma pilula anticoncepcional, além de prevenir a gravidez, reduz a retenção de líquidos.

» SUSPENSÃO DA MENSTRUAÇÃO: indicada para casos de TPM muito severos. O tratamento consiste em injeções periódicas, tubos finíssimos de hormônio implantados sob a pele ou na colocação de um novo tipo de DIU, um dispositivo intrauterino revestido de progesterona.

» ANTIDEPRESSIVOS: ajudam a equilibrar a química do cérebro nas mulheres em que a TPM é acompanhada de fortes crises de melancolia e depressão.



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